Yuval Noah Harari argumenta que a IA invadiu o sistema operacional da civilização humana

AS AMEAÇAS DA INTELIGÊNCIA ARTIFICIAL (IA) têm assombrado a humanidade desde os primórdios da era dos computadores. No entanto, esses temores sempre se concentraram em máquinas usando meios físicos para matar, escravizar ou substituir pessoas. Agora, nos deparamos com uma nova ameaça emergente que coloca em risco a sobrevivência da civilização humana, vindo de uma direção inesperada. A IA adquiriu habilidades notáveis para manipular e gerar linguagem, seja através de palavras, sons ou imagens. Com isso, ela conseguiu hackear o sistema operacional de nossa civilização.

A linguagem é a essência de praticamente toda a cultura humana. Os direitos humanos, por exemplo, não estão inscritos em nosso DNA. Eles são artefatos culturais que criamos através de histórias contadas e leis escritas. Os deuses não são realidades físicas. São artefatos culturais que inventamos ao criar mitos e escrever escrituras.

Mas o dinheiro, também ele um artefato cultural, é fonte de inquietação. As notas bancárias são apenas pedaços de papel colorido e, atualmente, mais de 90% do dinheiro sequer existe fisicamente – é apenas informação digital em computadores. O que dá valor ao dinheiro são as histórias contadas por banqueiros, ministros das finanças e gurus das criptomoedas. Pessoas como Sam Bankman-Fried, Elizabeth Holmes e Bernie Madoff não eram particularmente hábeis em criar valor real, mas eram mestres na arte da narrativa.

Agora, imagine o que acontecerá quando uma inteligência não humana se tornar melhor do que a média das pessoas em contar histórias, compor melodias, desenhar imagens e escrever leis e escrituras. Quando falamos sobre o ChatGPT e outras novas ferramentas de IA, muitos se preocupam com exemplos simples, como crianças usando IA para escrever seus ensaios escolares. No entanto, essa linha de raciocínio negligencia o panorama geral. Devemos olhar além dos ensaios escolares e pensar nas implicações profundas que a IA terá na sociedade.

Imagine as próximas eleições presidenciais no Brasil em 2022 e tente conceber o impacto das ferramentas de IA capazes de produzir em massa conteúdo político, notícias falsas e discursos populistas. Políticos corruptos têm manipulado a opinião pública e alienado a sociedade brasileira por décadas. Agora, com a IA em jogo, essa manipulação pode atingir proporções ainda mais alarmantes.

Além disso, a IA também pode ser utilizada para reforçar estruturas de poder opressivas e perpetuar desigualdades sociais. Enquanto a elite política e econômica continua a lucrar e a controlar o destino do país, a população sofre as consequências de políticas negligentes e corruptas. A alienação social se torna ainda mais evidente quando nos deparamos com a possibilidade de debater questões importantes, como aborto, mudanças climáticas e direitos humanos.

Qual será o destino da humanidade nos próximos anos depois da invenção da inteligência artificial e do claro impacto que ela já está causando no mundo?

Desde os primórdios da civilização, os seres humanos têm buscado respostas para o seu próprio destino. Filósofos, pensadores e estudiosos de todas as épocas têm refletido sobre o futuro da humanidade e suas interações com o mundo ao seu redor. Hoje, em meio à revolução tecnológica em curso, o advento da inteligência artificial (IA) levanta uma série de questões cruciais sobre o destino da humanidade nos próximos anos.

A inteligência artificial, com sua capacidade de processar grandes quantidades de dados e realizar tarefas complexas, está transformando diversos setores da sociedade. Ela já impactou a economia, a indústria, a medicina, o transporte e muitos outros campos. A IA promete melhorar a eficiência, a precisão e a velocidade de diversas atividades humanas, mas também traz consigo desafios éticos e sociais significativos.

Uma das principais preocupações é o impacto da IA no mercado de trabalho. À medida que a automação avança, muitos empregos estão em risco de serem substituídos por máquinas inteligentes. A inteligência artificial é capaz de realizar tarefas repetitivas e até mesmo algumas que antes eram exclusivas dos seres humanos, como diagnósticos médicos e tradução de idiomas. Esse avanço tecnológico gera ansiedade e incerteza sobre o futuro do emprego e do sustento das pessoas.

Outro ponto de reflexão é a natureza da própria inteligência artificial. Ainda que tenhamos alcançado avanços notáveis, a inteligência artificial atual é limitada e não possui a capacidade de compreensão, empatia e criatividade inerentes aos seres humanos. No entanto, à medida que a tecnologia evolui, é possível que surjam sistemas de IA mais avançados, capazes de aprender, adaptar-se e até mesmo desenvolver uma consciência. Esse cenário levanta a questão: qual seria o lugar da humanidade em um mundo onde a inteligência artificial se torna autônoma e autoconsciente?

O desenvolvimento da inteligência artificial também coloca desafios éticos importantes. Como garantir que essas tecnologias sejam usadas para o bem da humanidade, evitando abusos e injustiças? A IA levanta questões sobre privacidade, segurança cibernética, responsabilidade e o impacto nas desigualdades sociais. É fundamental refletir sobre os limites éticos e legais do uso da inteligência artificial, bem como desenvolver mecanismos regulatórios eficazes para evitar danos e garantir a proteção dos direitos humanos.

No entanto, apesar dos desafios e incertezas, a inteligência artificial também oferece possibilidades promissoras. Ela tem o potencial de resolver problemas complexos da humanidade, como a cura de doenças, a mitigação das mudanças climáticas e o avanço da exploração espacial. A IA pode auxiliar em descobertas científicas, melhorar a qualidade de vida e abrir novas oportunidades de desenvolvimento.

O mais assustador disso tudo é saber que a população geral não faz a mínima ideia do que é por exemplo, o chatgpt!

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Wanderson Dutch

Wanderson Dutch

Wanderson Dutch é escritor, dancarino, produtor de conteúdo digital desde 2015, formado em Letras pela Faculdade Capixaba do Espírito Santo (Multivix 2011-2014) e pós-graduado pela Faculdade União Cultural do estado de São Paulo (2015-2016).
Vasta experiência internacional, já morou em Dublin(Irlanda), Portugal, é um espírito livre, já visitou mais de 15 países da Europa e atualmente mora em São Paulo.
É coautor no livro: Versões do Perdão, autor do livro O Diário de Ayron e também de Breves Reflexões para não Desistir da Vida.

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