Você já ouviu falar sobre o templo de Osíris em Abidos?

No coração do antigo Egito, entre as planícies douradas e o céu imensamente azul, ergue-se majestoso o Templo de Abidos, um testemunho vivo da grandiosidade e da devoção dos faraós Seti I e Ramsés II. Este santuário sagrado, conhecido também como o templo de Osíris, é mais do que uma estrutura de pedra; é um portal para o passado, uma cápsula do tempo que nos transporta para uma era de esplendor e reverência divina.

A construção imponente, erguida com pedras calcárias e arenosas, é um tributo à habilidade e à engenhosidade dos antigos arquitetos egípcios. O seu plano em forma de “L” invertido e os sete santuários dedicados a diversas divindades revelam uma complexidade simbólica e espiritual profunda, enquanto os intrincados relevos e cenas gravadas nas paredes contam histórias de deuses e faraós, vida e morte, eternidade e renascimento.

O templo, consagrado ao poderoso deus Osíris, senhor de Abidos, era palco de rituais diários que honravam e louvavam as divindades. O Ritual do Serviço Diário e o Ritual Especial, realizados nos santuários do templo, ecoavam as crenças e as tradições milenares do povo egípcio, conectando-os ao divino e ao transcendental.

No entanto, além da imponência e da beleza arquitetônica, o Templo de Abidos guarda mistérios e enigmas que desafiam a compreensão moderna. O misterioso Osirion, um santuário separado do templo principal e descoberto por arqueólogos há mais de um século, revela uma arquitetura e uma tecnologia que parecem transcender o tempo. Com suas colunas imensas e linteis de granito maciços, o Osirion é um testemunho da perícia e da grandiosidade dos antigos construtores, deixando-nos perplexos diante de seu mistério e antiguidade.

Ao contemplar o Templo de Abidos, somos convidados a refletir não apenas sobre a grandiosidade do Egito Antigo, mas também sobre a natureza da própria humanidade. Como podemos compreender e interpretar o legado deixado por civilizações antigas? O que essas estruturas monumentais podem nos ensinar sobre nossa própria existência e nosso lugar no universo?

À medida que exploramos as ruínas sagradas do Templo de Abidos, somos lembrados da importância de preservar e valorizar nosso patrimônio cultural e histórico. Pois, assim como as pedras antigas nos contam histórias do passado, também moldam o nosso presente e guiam o nosso futuro. Que possamos, como guardiões da história, honrar e proteger esses legados preciosos, para que as gerações futuras também possam se maravilhar com a magnificência e a sabedoria de nossos antepassados.

Embora o Templo de Osíris em Abidos seja mais conhecido por suas práticas religiosas e rituais, também é importante reconhecer que os antigos egípcios foram inovadores em muitos campos, incluindo a engenharia e a tecnologia. Embora não haja evidências diretas de invenções específicas originadas neste templo, podemos inferir que diversos conhecimentos e técnicas foram desenvolvidos e aprimorados ao longo do tempo pelos construtores e sacerdotes que trabalhavam nas estruturas religiosas.

Uma das contribuições mais notáveis dos antigos egípcios para a engenharia foi o desenvolvimento da arquitetura em pedra. Os templos egípcios, incluindo o Templo de Osíris, foram construídos com grandes blocos de pedra calcária e granito, cortados e transportados com precisão surpreendente. Os métodos de construção utilizados demonstram um profundo conhecimento de geometria, matemática e física, e influenciaram a arquitetura em todo o mundo antigo.

Além disso, os antigos egípcios foram pioneiros na construção de sistemas de irrigação para controlar as cheias do rio Nilo e aumentar a produção agrícola. Embora esses sistemas não tenham sido desenvolvidos especificamente no Templo de Osíris, eles refletem a engenhosidade e a capacidade dos egípcios de aproveitar os recursos naturais de forma eficiente.

Em termos de tecnologia, os egípcios também foram responsáveis por avanços significativos na metalurgia, na produção de cerâmica e na fabricação de ferramentas e utensílios. Embora muitas dessas inovações tenham sido desenvolvidas em oficinas especializadas em todo o país, é possível que os sacerdotes e artesãos que trabalhavam no Templo de Osíris tenham contribuído para o desenvolvimento e aprimoramento dessas técnicas.

Embora o Templo de Osíris em Abidos seja mais conhecido por suas realizações religiosas e culturais, também é importante reconhecer que os antigos egípcios foram inovadores em muitos campos, incluindo engenharia, tecnologia e ciência. Suas contribuições continuam a influenciar o mundo moderno e são um testemunho da genialidade e da criatividade da civilização egípcia.

A importância de revisitar nosso passado ancestral africano, que foi destruído pelos invasores europeus e árabes.

A gente não pode chamar o que os europeus construíram de civilizações. Eles não construíram absolutamente nada. Tudo o que fizeram se resume em: roubos, sequestro, plágio de ideias, mais roubos, mais sequestros e destruição e escravização por todos os cantos em que passaram. Quando olhamos para o passado, para o legado ancestral africano, somos confrontados com a dolorosa verdade de que grande parte dessa riqueza cultural foi destruída pelos invasores europeus e árabes em nome de sua própria ganância e poder.

A África, berço da humanidade, é um continente rico em história, cultura e contribuições para a civilização global. No entanto, a narrativa dominante muitas vezes negligencia e subestima o valor e a importância do passado africano, concentrando-se em vez disso nos feitos e conquistas dos colonizadores europeus. É hora de desafiar essa narrativa e reconhecer a verdadeira extensão dos danos causados pela colonização e escravização.

Ao revisitar nosso passado ancestral africano, confrontamos não apenas a brutalidade e a injustiça infligidas sobre nossos antepassados, mas também a resiliência e a resistência que caracterizaram suas vidas. As civilizações africanas antigas, como o Império do Mali, o Reino do Congo e o Reino de Axum, floresceram com suas próprias formas de governo, arte, ciência e religião. No entanto, essas conquistas foram sistematicamente apagadas e desvalorizadas pelos colonizadores, que impuseram sua própria visão distorcida da história.

É crucial reconhecer e valorizar o legado africano, não apenas como uma questão de justiça histórica, mas também como um caminho para fortalecer a identidade e o orgulho das comunidades africanas em todo o mundo. Ao reconectar-se com nossas raízes ancestrais, podemos encontrar inspiração e empoderamento para enfrentar os desafios contemporâneos e construir um futuro mais justo e inclusivo para todos.

Além disso, devemos buscar reparação e justiça para as injustiças do passado, incluindo o reconhecimento e a restituição dos artefatos culturais e tesouros saqueados durante a era colonial. É hora de confrontar o legado sombrio da colonização e do imperialismo e trabalhar juntos para construir um mundo onde todas as culturas e civilizações sejam valorizadas e respeitadas igualmente. Somente então poderemos verdadeiramente avançar rumo à reconciliação e à cura de nossas feridas históricas.

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Wanderson Dutch.

Wanderson Dutch

Wanderson Dutch

Wanderson Dutch é escritor, dancarino, produtor de conteúdo digital desde 2015, formado em Letras pela Faculdade Capixaba do Espírito Santo (Multivix 2011-2014) e pós-graduado pela Faculdade União Cultural do estado de São Paulo (2015-2016).
Vasta experiência internacional, já morou em Dublin(Irlanda), Portugal, é um espírito livre, já visitou mais de 15 países da Europa e atualmente mora em São Paulo.
É coautor no livro: Versões do Perdão, autor do livro O Diário de Ayron e também de Breves Reflexões para não Desistir da Vida.

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