Todo dia é o dia da consciência negra. Não podemos esquecer o quão bravos foram os nossos antepassados para que hoje continuássemos o legado por construir uma sociedade menos injusta. Racismo não se combate com a técnica 369 da lei da atração, por mais incrível que isso possa parecer pra você. Nenhum Deus irá se materializar para resolver nossos problemas. Nós, precisamos ser hoje a revolução e a sociedade do futuro que queremos viver.
A história das lutas antirracistas é pontuada por personalidades cujas ações moldaram significativamente o mundo. Nelson Mandela, ícone da luta contra o apartheid na África do Sul, dedicou 27 anos de sua vida na prisão por seus ideais. Sua busca pela igualdade, liberdade e reconciliação o levou a se tornar o primeiro presidente negro da África do Sul e um símbolo global de resistência pacífica.
Harriet Tubman, conhecida como “a condutora da ferrovia subterrânea”, arriscou sua vida para libertar centenas de escravizados nos Estados Unidos. Suas incursões intrépidas na fronteira da escravidão e a posterior luta pelos direitos civis continuam a inspirar a busca por justiça e liberdade.
Martin Luther King Jr., reverenciado por sua liderança no Movimento pelos Direitos Civis nos EUA, personifica a não-violência e a luta por direitos iguais. Seu discurso “I Have a Dream” ecoa até os dias atuais, servindo como farol para os defensores da justiça racial.
Rosa Parks, conhecida por se recusar a ceder seu lugar no ônibus a um branco, foi um catalisador para o movimento dos direitos civis. Sua ação corajosa em 1955 desencadeou protestos significativos e destacou a resistência pacífica contra a segregação.
Malcolm X, com sua voz poderosa e abordagem radical, foi um defensor apaixonado dos direitos dos negros nos EUA. Seu ativismo incisivo e sua busca pela autonomia e autossuficiência da comunidade negra o tornaram uma figura influente na história.
Maya Angelou, renomada escritora e ativista, transcendeu barreiras com sua poesia e prosa profundamente emotivas, destacando a experiência negra na América. Sua obra literária é um legado vivo da força e resiliência da comunidade negra.
Jean-Michel Basquiat, artista visual inovador, desafiou as normas estabelecidas e elevou questões sobre identidade, política e cultura. Sua arte provocativa e impactante ecoa como uma crítica à sociedade e um testemunho da voz negra na arte contemporânea.
No Brasil, nós também temos nomes incríveis.
O século 20 foi marcado por figuras notáveis que lideraram o movimento negro no Brasil, lutando contra a discriminação, a desigualdade e pela valorização da cultura afro-brasileira.
Abdias do Nascimento, fundador do Teatro Experimental do Negro em 1944, foi uma das figuras proeminentes. Artista, ativista e político, ele destacou a importância da cultura negra na identidade nacional e combateu incansavelmente o racismo estrutural.
Carolina Maria de Jesus, autora de “Quarto de Despejo”, revelou as duras condições de vida na favela através de sua escrita, ampliando a consciência sobre as dificuldades enfrentadas pela população negra e pobre no Brasil.
Lélia Gonzalez, socióloga, feminista e militante, foi uma voz crucial na luta contra o racismo e o machismo. Sua atuação nas áreas acadêmica e política contribuiu significativamente para a discussão sobre as questões raciais no país.
Abdias, Carolina e Lélia são apenas alguns exemplos das lideranças que, por meio de diferentes áreas de atuação, deixaram um legado importante para o movimento negro no Brasil. Suas contribuições foram fundamentais para a conscientização e o avanço na luta por igualdade racial e valorização da cultura afro-brasileira.
Não te contaram, mas eu te conto:
Hemetério José dos Santos (1858-1939) Foi professor, gramático, filosofo e excelente escritor pouquíssimo lembrado. O motivo vocês já devem ter uma noção né? Pois bem,nascido na cidade de Codó, província do Maranhão, no ano de 1858. Mudou-se para então província do Rio de Janeiro em 1875, aos 17 anos. Era filho do Major Frederico dos Santos Marques Baptisei, proprietário da fazenda Sam Raymundo, e da escravizada Maria. Seu pai pagou seus estudos no Collégio da Imaculada Conceição, em São Luis.
Aos 20 anos de idade já era professor do Colégio Pedro II, na capital do Império; sim, isso mesmo, em um período que ser um professor negro era algo não tão comum.
Em 1889 era nomeado professor adjunto de língua portuguesa do Colégio Militar do Rio de Janeiro pelo Imperador Dom Pedro II, onde, mais tarde, tornou-se professor vitalício. Era um profissional brilhante e inteligente.
Cursou a Escola de Artilharia e Engenharia, conquistou a patente de Major, obtendo, depois, o galardão de Tenente-Coronel honorário em 1920.
Como professor, ele trabalhou em diferentes espaços escolares, tais como o Colégio Militar do Rio de Janeiro e a Escola Normal Livre, ele ia muito além do fazer em sala de aula, pois o mesmo se utilizava desses e de outros espaços a fim de ministrar palestras e conferências a respeito do ensino.
Estava no mesmo patamar intelectual de Olavo Bilac, Graça Aranha, Aluísio e Artur Azevedo, no uso da palavra escrita.
Provavelmente você nunca ouviu falar dele, pois este é um país racista que sempre escondeu as histórias de sucesso dos nossos antepassados, mas nós estamos aqui pra lembrar, porque nós sempre voltamos, nós sempre retornamos.
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