Os Cinco Estágios da Consciência na Visão dos Vedas

Há algum tempo, tive o privilégio de ler um texto fascinante sobre os estágios possíveis da consciência, conforme delineados pela perspectiva dos Vedas. Antes de prosseguir, é importante ressaltar que não sou um especialista em filosofia védica, e, portanto, peço desculpas antecipadamente por eventuais imprecisões. Caso você seja um conhecedor mais profundo desse assunto, fique à vontade para compartilhar quaisquer correções ou insights adicionais.

Vídeo geral:

Os Vedas são uma compilação de textos veneráveis e sagrados que encapsulam filosofias atemporais transmitidas ao longo de milênios por sábios e mestres ancestrais. Esses conhecimentos remontam a uma época em que a tradição oral era a principal forma de transmissão, há milhares de anos. A transição para a forma escrita dos Vedas ocorreu aproximadamente há 5500 anos, marcando um momento crucial na preservação e disseminação desses ensinamentos milenares.

A nossa consciência passa por estágios neste plano ilusório que nós vivemos?

Bom, até onde li, segundo a filosofia dos Vedas, a jornada da consciência humana é delineada por cinco estágios distintos de evolução, cada um representando uma progressão gradual da compreensão individual, desde uma visão inicialmente materialista até uma percepção mais elevada e espiritualizada do universo.

Embora algumas interpretações desses estágios possam soar místicas para alguns, é crucial reconhecer que se trata de uma tradição filosófica profundamente enraizada na história e na cultura do subcontinente indiano. De acordo com a maioria dos historiadores ocidentais, a civilização védica começou a moldar seus conceitos filosóficos já no primeiro milênio a.C., demonstrando assim uma longa tradição de reflexão e introspecção.

Os pensadores védicos desenvolveram suas concepções filosóficas em uma região rica em diversidade cultural e espiritualidade, onde a dualidade entre materialidade e espiritualidade permeava todos os aspectos da vida cotidiana. Essa dualidade, essencial para a compreensão da existência humana, refletia-se nas crenças, rituais religiosos e cosmovisão da sociedade védica, fornecendo um fundamento sólido para o desenvolvimento da filosofia védica.

Estágio Obscuro

O estágio obscuro não se refere à maldade, mas sim à ausência de “luz”. Nessa fase, o indivíduo não consegue vislumbrar além do mundo físico, limitando-se à percepção da criação material. Seus conceitos são formados com base apenas no que é tangível aos sentidos. Segundo os Vedas, essa visão restrita é a causa do sofrimento existencial, mas, como tudo está em constante mudança, inclusive o próprio entendimento humano, essa fase não é permanente.

O indivíduo nesse estágio gradualmente começa a ter vislumbres de uma consciência mais ampla, mesmo que contra sua vontade, questionando sua visão materialista do mundo.

Estágio Motivado

O estágio motivado é alcançado quando o indivíduo reconhece a necessidade de buscar algo além do que pode compreender em sua existência na sociedade. Ele se empenha em descobrir a verdadeira natureza do universo e persiste na busca pela compreensão de tudo que o cerca. Concentrando-se em sua mente, ele começa a explorar seu mundo interior.

Estágio Firme

O homem atinge este estágio quando a compreensão de sua existência interior se torna natural, e percebe que os fenômenos externos são meras criações mentais. Aqui, ele mergulha nos mais profundos pensamentos, o que os Vedas chamam de “rio sagrado”, e desenvolve uma postura de gratidão espontânea ao universo simplesmente por existir.

Estágio Devotado

Neste estágio, a devoção aos pensamentos do “rio sagrado” torna-se o estado natural de sua consciência. O homem compreende a totalidade da ilusão do mundo, da qual ele próprio é parte, e vive em harmonia com toda a criação.

Estágio Puro

O último estágio é alcançado quando o homem está plenamente consciente das ilusões do mundo e compreende a espiritualidade em toda sua plenitude e universalidade. Aqui, ele se sente parte integrante do universo, conectado a tudo o que existe. Não se sente superior ou inferior a ninguém, abandonando a ideia de ego individual em prol da consciência de ser parte de um todo. Sua luz espiritual é perceptível por todos que se aproximam dele.

Assim, ele transcende a noção de individualidade, sentindo-se como um ser plural conectado ao universo.

Para uma compreensão mais aprofundada sobre o assunto, recomenda-se a leitura complementar de “Veda: Segredo do Oriente, uma Antologia de Artigos e Ensaios”.

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Wanderson Dutch

Wanderson Dutch

Wanderson Dutch é escritor, dancarino, produtor de conteúdo digital desde 2015, formado em Letras pela Faculdade Capixaba do Espírito Santo (Multivix 2011-2014) e pós-graduado pela Faculdade União Cultural do estado de São Paulo (2015-2016).
Vasta experiência internacional, já morou em Dublin(Irlanda), Portugal, é um espírito livre, já visitou mais de 15 países da Europa e atualmente mora em São Paulo.
É coautor no livro: Versões do Perdão, autor do livro O Diário de Ayron e também de Breves Reflexões para não Desistir da Vida.

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