Pode parecer um exagero utilizar o termo “Holocausto Palestino”, mas, sinceramente, a realidade é tão chocante que ele parece o único apropriado. Em apenas 14 dias, mais de 1.500 crianças inocentes encontraram um fim brutal na Faixa de Gaza, vítimas de um Estado que muitos ousam chamar de terrorista. A designação desse massacre como um mero “conflito” é, no mínimo, um eufemismo perturbador.
Recentemente, o professor de filosofia, Fabio Santos, originário da Bahia, usou suas redes sociais para lançar críticas contundentes ao que está acontecendo no Oriente Médio. Em um tuíte provocador ele ousou afirmar: “A única coisa que Israel aprendeu com o Nazismo foram os métodos.” Parece um absurdo, mas não podemos nos dar ao luxo de ignorar as semelhanças perturbadoras na abordagem da opressão.
Para piorar ainda mais o cenário, o presidente dos EUA fez um apelo público para um apoio financeiro maciço de 100 bilhões de dólares, destinado a sustentar as ações do Estado em questão. Um absurdo atrás do outro. Esses eventos nos forçam a encarar a dura realidade de um mundo que muitas vezes falha em agir diante da injustiça e da crueldade.
A questão que permanece é: como podemos, como sociedade global, enfrentar e denunciar esse “Holocausto Palestino”? Como podemos desafiar o status quo, questionar a opressão e buscar soluções que transcendam os interesses políticos e econômicos? A resposta não é simples, mas nós podemos encontrar uma solução.
O genocídio do povo palestino, perpetrado por Israel com o apoio dos Estados Unidos, é um exemplo que nos faz refletir sobre a “banalidade do mal”, um conceito cunhado pela filósofa alemã Hannah Arendt. Esse termo descreve como atos cruéis e desumanos podem ser perpetrados por indivíduos comuns quando se encontram imersos em sistemas de opressão, e quando a sociedade, de forma alarmante, normaliza essas ações.
George Orwell, autor britânico, conhecido por suas obras críticas à sociedade e ao poder, escreveu: “Nada vai mudar enquanto uma minoria privilegiada continuar no poder.” Se olharmos para a atualidade, podemos constatar que essa afirmação permanece dolorosamente relevante em muitos aspectos.
A concentração do poder nas mãos de uma elite privilegiada tem sido uma constante ao longo da história, e suas implicações são evidentes em todas as esferas da sociedade, desde a política até a economia. O poder, quando concentrado em poucas mãos, perpetua desigualdades e mantém estruturas de opressão. Aqueles no poder frequentemente moldam leis e políticas que beneficiam a eles próprios, muitas vezes à custa das classes menos privilegiadas.
No âmbito político, o sistema democrático muitas vezes parece ser uma fachada para a perpetuação do poder de uma minoria. As campanhas políticas caras, o financiamento de partidos e a influência de lobbies tornam difícil para cidadãos comuns ter voz nas decisões que afetam suas vidas. Políticos que são eleitos para servir o interesse público muitas vezes acabam mais preocupados em manter seu próprio status e privilégio.
Na esfera econômica, a desigualdade de renda atinge níveis alarmantes em muitos países. A minoria privilegiada, que detém uma grande parte da riqueza, muitas vezes não apenas evita pagar sua parcela justa de impostos, mas também exerce influência sobre as políticas fiscais para garantir que continuem a acumular riqueza, enquanto as classes mais baixas sofrem as consequências.
A cultura e a mídia também não estão isentas desse fenômeno. A narrativa dominante muitas vezes é controlada por essa minoria privilegiada, o que resulta em uma visão de mundo que perpetua estereótipos e desigualdades. As vozes da maioria são muitas vezes abafadas, e a representatividade é frequentemente insuficiente.
É preciso ter olhos atentos. Se você não vigiar eles farão você amar o opressor e odiar o oprimido.
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Wanderson Dutch.