Deus segundo Friedrich Nietzsche

A palavra “Deus” carrega consigo uma imensidão de significados, e é capaz de despertar diferentes sentimentos e reflexões nas pessoas, independentemente de sua crença ou falta dela. Friedrich Nietzsche, renomado filósofo alemão do século XIX, abordou a questão da existência de Deus de forma profunda e provocativa. Para ele, o sentido da vida não pode ser atribuído a uma entidade divina, mas precisa ser construído pelo próprio indivíduo.

Nietzsche acreditava que a concepção tradicional de Deus como uma figura transcendental e supremamente benevolente era uma ilusão criada pela fraqueza humana. Em suas palavras, “Deus está morto”. Ele argumentava que a crença em um ser supremo e na existência de uma ordem divina era uma maneira de os seres humanos lidarem com sua própria fragilidade e medo do desconhecido.

Para Nietzsche, a ideia de Deus funcionava como uma muleta psicológica, um refúgio para aqueles que não conseguiam enfrentar as duras realidades da existência. Ao buscar consolo em uma entidade superior, as pessoas negligenciavam sua própria força e potencialidade. Ele via essa dependência em Deus como uma forma de negação da própria vida, uma fuga da responsabilidade e da necessidade de criar seu próprio sentido existencial.

No entanto, Nietzsche não negava a importância do aspecto espiritual na vida humana. Ele reconhecia que a busca por algo maior e transcendente era inerente à natureza humana, mas propunha que essa busca fosse voltada para dentro, em vez de se voltar para uma entidade externa. Para Nietzsche, o verdadeiro caminho para encontrar sentido na vida era através da autotranscendência, do desenvolvimento pessoal e da superação de si mesmo.

Segundo Nietzsche, a ausência de Deus não significava o vazio ou o caos absoluto. Pelo contrário, ele via essa ausência como uma oportunidade para a criação de novos valores e significados. Em um universo desprovido de um propósito pré-determinado, os seres humanos têm a liberdade de dar sentido à sua própria existência. Essa liberdade, no entanto, vem acompanhada de uma grande responsabilidade.

A mensagem de Nietzsche é desafiadora e perturbadora para muitos. Sua crítica à concepção tradicional de Deus e sua defesa de uma vida baseada na vontade de poder e na superação de si mesmo confrontam diretamente as ideias arraigadas de muitas religiões e sistemas de crenças. No entanto, suas reflexões também podem ser interpretadas como um convite para que cada indivíduo assuma a responsabilidade por sua própria vida e encontre seu próprio sentido, mesmo em um mundo aparentemente desprovido de sentido objetivo.

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O sentido da vida, qual é mesmo ele?

No vasto enigma da existência, mergulhamos nas profundezas da pergunta que ecoa em nossa alma: qual é o sentido da vida? Nesse labirinto de incertezas, encontramos o silêncio, um abismo de palavras não ditas, um convite para a contemplação.

É no silêncio que descobrimos o vazio, um espaço vazio de respostas prontas, uma tela em branco onde podemos pintar a nossa própria essência. No abraço do vazio, dançam as angústias, aquelas inquietações que nos desafiam e nos levam a buscar algo maior, algo que transcenda a banalidade do cotidiano.

E é nessa busca incansável que encontramos a paz, um oásis de serenidade em meio às tormentas da vida. A paz não está na ausência de problemas, mas sim na aceitação de nossa humanidade frágil e imperfeita. É um refúgio onde podemos nos reconectar com nossa essência mais profunda e encontrar equilíbrio em meio à agitação do mundo.

Nos momentos de solidão, nos tornamos cúmplices do nosso próprio ser. A solidão é um mestre solene que nos conduz pelos labirintos da introspecção, revelando-nos as verdades escondidas em nosso âmago. É nessa solitude que encontramos a nós mesmos, em uma dança delicada entre a saudade e a descoberta, na qual nos tornamos nossa própria companhia.

Ao olhar para a filosofia africana, encontramos a ideia de que o sentido da vida está intrinsecamente ligado à comunidade, à interdependência e à conexão com a natureza. Nessa visão de mundo, somos seres em relação, em constante diálogo com o ambiente, com os outros seres humanos e com os espíritos ancestrais.

A vida, nessa perspectiva, é vista como um fluxo contínuo de energia, em que cada indivíduo possui um papel único e essencial no tecido da existência. Cada pessoa é vista como parte de uma teia de relações, tanto com os seres humanos quanto com o mundo natural. É nesse contexto relacional que o sentido da vida se revela.

Na filosofia africana, o sentido da vida está ligado à busca por harmonia e equilíbrio. A ética e a moralidade são fundamentais nessa jornada, pois se acredita que agir de maneira ética contribui para a harmonia da comunidade e para a preservação do equilíbrio cósmico. O respeito pelos outros seres, pela natureza e pelos antepassados é valorizado como forma de manter essa harmonia.

Além disso, a filosofia africana destaca a importância da ancestralidade e da conexão com as gerações passadas. Os antepassados são considerados guardiões do conhecimento e da sabedoria, e sua presença é sentida na vida cotidiana. Nessa visão, o sentido da vida está em honrar e preservar a memória dos que vieram antes de nós, assim como preparar o caminho para as gerações futuras.

Outro aspecto central na filosofia africana é a noção de Ubuntu, um conceito que enfatiza a ideia de que somos seres humanos através dos outros. É uma filosofia que valoriza a solidariedade, a empatia e o cuidado mútuo. Nesse sentido, o sentido da vida é encontrado no compartilhamento de experiências, na colaboração e na construção de uma comunidade mais justa e equitativa.

Na filosofia africana, o sentido da vida não é algo estático ou pré-determinado, mas sim uma jornada de descoberta e aprendizado. É um convite para explorar nossas conexões com o mundo ao nosso redor, para buscar a harmonia e a equidade, para honrar os antepassados e construir um futuro melhor para as próximas gerações.

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Wanderson Dutch

 

Wanderson Dutch

Wanderson Dutch

Wanderson Dutch é escritor, dancarino, produtor de conteúdo digital desde 2015, formado em Letras pela Faculdade Capixaba do Espírito Santo (Multivix 2011-2014) e pós-graduado pela Faculdade União Cultural do estado de São Paulo (2015-2016).
Vasta experiência internacional, já morou em Dublin(Irlanda), Portugal, é um espírito livre, já visitou mais de 15 países da Europa e atualmente mora em São Paulo.
É coautor no livro: Versões do Perdão, autor do livro O Diário de Ayron e também de Breves Reflexões para não Desistir da Vida.

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