Como os negros eram tratados no período da Ditadura militar

O golpe militar de 1964 no Brasil não apenas marcou o fim do governo democrático, mas também abriu as portas para uma série de abusos de poder e violações dos direitos humanos, incluindo a discriminação racial. O regime militar adotou políticas discriminatórias e violentas contra a população negra, o que resultou em uma intensificação do racismo estrutural no país.

A ditadura militar adotou uma série de políticas econômicas que favoreciam a acumulação de capital, mas ao mesmo tempo agravavam a desigualdade social e a exclusão da classe trabalhadora, especialmente a população negra. O regime militar promoveu o crescimento econômico por meio da exploração do trabalho informal, principalmente nas periferias das grandes cidades. Esse modelo de desenvolvimento econômico promovido pela ditadura resultou em uma maior exclusão e marginalização dos negros.

Além disso, a violência contra a população negra durante a ditadura militar foi intensa. O regime militar adotou políticas de repressão e controle social que afetaram de forma desproporcional os negros. A Lei de Segurança Nacional, por exemplo, permitiu a prisão arbitrária e a tortura de qualquer pessoa considerada uma ameaça ao regime, o que resultou em muitos negros presos e torturados. Os negros também foram alvo de violência policial e militar, com muitos sendo assassinados pelas forças de segurança do Estado.

A política econômica e a violência contra a população negra durante a ditadura militar no Brasil foram, portanto, intrinsecamente relacionadas. A acumulação de capital por meio da exploração da mão de obra informal levou a uma exclusão maior dos negros da economia, enquanto a violência policial e militar aprofundou a marginalização social e política dessa comunidade.

Existia STF no período da Ditadura militar?

Sim, o STF funcionou durante toda a ditadura militar, legitimando a imagem que os militares queriam transmitir: a de que as instituições continuavam atuando.
Conforme muitos documentos e evidências históricas, Durante a ditadura militar, o Supremo Tribunal Federal(STF), com atribuições muito diferentes das que conhecemos hoje, se manteve no fio da navalha: por um lado, a continuidade de sua atuação legitimava o argumento de que a ditadura estava operando dentro das regras democráticas; por outro, sem a atuação dos ministros na concessão de habeas corpus em casos de abusos flagrantes por parte dos militares, a linha dura do regime poderia ter ido mais longe, mais cedo.

A religião também não fico de fora.

Durante o período da ditadura militar no Brasil, a religião foi utilizada como uma ferramenta de apoio ao regime autoritário. Isso se deu principalmente através da estreita colaboração entre as instituições religiosas e o governo, que resultou na legitimação da violência e da opressão exercida pelos militares sobre a população.

A igreja Católica, que detinha uma grande influência na sociedade brasileira na época, foi uma das principais instituições religiosas a apoiar a ditadura. O cardeal Dom Eugênio Sales, por exemplo, chegou a declarar que a ditadura era uma “bênção de Deus”. Além disso, muitos padres e bispos foram nomeados como colaboradores do regime, o que lhes garantia certa imunidade e segurança em relação às perseguições políticas que eram comuns na época.

O apoio da igreja Católica à ditadura também se refletiu em sua postura em relação às organizações de esquerda que lutavam contra o regime. Muitos padres e bispos chegaram a denunciar os militantes para as autoridades, o que resultou na prisão e tortura de muitos ativistas políticos.

No entanto, é importante ressaltar que nem todas as instituições religiosas apoiaram a ditadura. A Igreja Metodista, por exemplo, se opôs abertamente ao regime militar e lutou pelos direitos humanos durante todo o período da ditadura.
A monstruosidade praticada aqui tem patrocínio de muitos canalhas!

Wanderson Dutch

Wanderson Dutch

Wanderson Dutch é escritor, dancarino, produtor de conteúdo digital desde 2015, formado em Letras pela Faculdade Capixaba do Espírito Santo (Multivix 2011-2014) e pós-graduado pela Faculdade União Cultural do estado de São Paulo (2015-2016).
Vasta experiência internacional, já morou em Dublin(Irlanda), Portugal, é um espírito livre, já visitou mais de 15 países da Europa e atualmente mora em São Paulo.
É coautor no livro: Versões do Perdão, autor do livro O Diário de Ayron e também de Breves Reflexões para não Desistir da Vida.

apoia.se