Há uma ferida aberta no coração do Oriente Médio, uma ferida que não cicatriza, uma ferida chamada Faixa de Gaza. Sob a sombra do sionismo e o apoio inabalável do imperialismo americano, Gaza foi transformada em um grande campo de concentração a céu aberto, um lugar onde os palestinos são desafiados diariamente a resistir à opressão e à crueldade.
Gaza, uma das cidades mais antigas do mundo, com raízes que remontam ao século XV a.C., é um testemunho da resistência palestina. Seu nome em línguas semíticas significa “forte, feroz”, uma descrição que se aplica perfeitamente à resiliência do povo de Gaza. Eles resistem contra um inimigo poderoso, cruel, covarde e traiçoeiro, que usa suas forças militares avançadas para manter um cerco que sufoca uma população inteira.
O bloqueio imposto à Faixa de Gaza desde 2007, após a vitória democrática do Hamas nas eleições de 2006, é uma afronta ao direito internacional e à dignidade humana. Eduardo Galeano, o renomado escritor uruguaio, resumiu bem a situação quando a chamou de “ratoeira sem saída”. A população de Gaza está encurralada, sofrendo as consequências de uma punição coletiva que é ilegal à luz do direito internacional e do direito humanitário.
A Faixa de Gaza, como resultado desse cerco implacável, agora é reconhecida como a maior prisão a céu aberto do mundo. Essa descrição evoca imagens dos campos de concentração nazistas durante a Segunda Guerra Mundial, embora os palestinos não tenham cometido crimes semelhantes aos judeus daquela época. No entanto, o bloqueio israelense é uma tentativa de sufocar a esperança e a dignidade do povo de Gaza, ao mesmo tempo em que esconde os crimes que estão sendo perpetrados.
Não é nenhum exagero dizer que a situação em Gaza é um genocídio em câmera lenta, com as condições de vida piorando ano após ano. Desde 2007, Israel tem bloqueado a entrada de inúmeras mercadorias e matérias-primas em Gaza, sufocando sua economia e impedindo que a população tenha acesso a produtos essenciais. Essa política é uma violação flagrante de acordos anteriores, como o Acordo Econômico de Paris de 1994 e o Acordo de Travessia de 2005, que foram firmados sob a mediação dos Estados Unidos e da Europa.
Os resultados desse bloqueio são devastadores. Oitenta por cento da população de Gaza vive abaixo da linha da pobreza, e metade das pessoas está desempregada. Os moradores de Gaza são mantidos em um estado de constante privação, com a negação de direitos básicos, como liberdade de movimento e acesso a serviços de saúde e educação. Os estudantes são impedidos de buscar oportunidades educacionais fora de Gaza, e muitos são privados do direito de viajar para receber tratamento médico adequado.
A Faixa de Gaza é um símbolo sombrio das injustiças que persistem no extermínio sistemático que Israel vem fazendo contra à Palestina.
Em um mundo que se diz civilizado, a busca pela paz deveria ser fundamentada na justiça e no respeito pelos direitos humanos de todas as pessoas, não é mesmo? Isso independentemente de sua origem étnica ou nacionalidade. Enquanto Gaza permanecer uma prisão a céu aberto, a esperança de um futuro melhor para a região permanecerá elusiva.
A Faixa de Gaza, com seus 365 quilômetros quadrados, abriga mais de dois milhões de palestinos e é uma das regiões mais densamente povoadas do mundo, com uma média de aproximadamente 6 mil habitantes por quilômetro quadrado. O que torna essa situação ainda mais angustiante é que mais de 70% desses habitantes são crianças ou jovens, que vivem em condições extremamente precárias, desprovidos de direitos fundamentais, como acesso a água potável, eletricidade e medicamentos.
Neste cenário, é urgente um apelo internacional em prol de uma “Palestina Livre”. É uma chamada para a humanidade reconhecer a dor e o sofrimento da população de Gaza, uma comunidade que há muito tempo vive sob o jugo de um bloqueio implacável, privada das condições mínimas de existência. A atual realidade em Gaza não apenas desafia a decência humana, mas também fere os princípios básicos de justiça e igualdade.
O apelo por uma “Palestina Livre” não deve ser ignorado. Deve ecoar nos corações e mentes de pessoas em todo o mundo, inspirando ação e solidariedade. A situação na Faixa de Gaza é um chamado à comunidade internacional para se unir em prol da justiça, para garantir que todas as crianças, jovens e adultos palestinos tenham acesso a direitos humanos fundamentais, como água potável, eletricidade e cuidados médicos adequados.
Nossa responsabilidade transcende fronteiras. É uma questão de humanidade. A “Palestina Livre” é um ideal que deve ser perseguido com determinação e urgência, e a comunidade global deve pressionar por uma solução justa e duradoura para o conflito no Oriente Médio.
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Wanderson Dutch.