Entre as fendas sombrias do capitalismo, onde as contradições se manifestam como chagas na alma, há uma luz tênue que persiste. Esta luz é a resiliência dos oprimidos, uma chama ardente que se recusa a ser extinta pela opressão sistêmica.
Dentro da filosofia do Budismo Zen, encontramos a noção da impermanência, onde se destaca a compreensão de que tudo na vida é transitório. Essa perspectiva oferece uma visão de renovação contínua, mesmo diante das adversidades impostas pelo sistema capitalista. Assim como uma flor que desabrocha mesmo em meio ao concreto, os princípios zen encorajam a busca interna pela reconstrução do eu, independentemente das circunstâncias externas.
Por exemplo, o conceito de “satori” ou “iluminação” no Budismo Zen refere-se a um despertar interior, uma compreensão súbita e profunda da verdade. Esta revelação não está condicionada ao ambiente externo ou às restrições sociais, mas sim à jornada interna de cada indivíduo em busca da autodescoberta.
Além disso, a prática da meditação no Budismo Zen representa uma ferramenta poderosa para essa reconstrução interna. Ao cultivar a atenção plena e a compreensão dos pensamentos e emoções, os praticantes podem encontrar uma sensação de calma e clareza, mesmo diante das pressões e adversidades externas. Isso fortalece a resiliência emocional e contribui para a reconquista da identidade, oferecendo um caminho para superar as feridas causadas pelas dinâmicas do sistema capitalista.
A busca por emancipação não se restringe à transformação material das condições de vida; é uma busca por libertação psicológica, um rompimento com as correntes mentais que buscam subjugar. É uma jornada para restaurar não apenas a dignidade perdida, mas também para reafirmar a humanidade usurpada pela lógica desumana do capital.
Neste processo de enfrentamento, os oprimidos se erguem como agentes ativos de mudança, reivindicando a voz e a identidade que lhes foram negadas. Eles se unem em comunidades resilientes, formando laços que transcendem as barreiras impostas, encontrando nas narrativas compartilhadas um bálsamo para as feridas da alma.
É uma jornada árdua, uma luta constante contra um sistema que insiste em negar a plenitude do ser. No entanto, é também uma jornada de esperança, uma busca por um novo paradigma onde a justiça social e a equidade sejam a base sobre a qual a sociedade se ergue.
A resistência dos oprimidos, seu compromisso com a própria humanidade, é um ato de coragem e dignidade. É a afirmação de que, apesar das contradições do capitalismo, a busca pela libertação psicológica e pela restauração do eu é um direito inalienável de todo ser humano. É um chamado à transformação, um convite para a reconstrução de um mundo onde a saúde mental não seja uma concessão, mas sim um legado universal.
Desista de tudo, menos de você.
O título dessa matéria coincide com o meu livro, onde compartilho reflexões sobre diferentes fases da minha jornada. Como muitos sabem, constantemente trago reflexões sobre os variados aspectos da nossa breve existência, seja aqui no meu site, LerMais.com, ou em outras minhas redes sociais. Hoje, quero compartilhar quatro pontos cruciais que me ajudam a persistir na crença de que viver vale a pena, apesar do cenário às vezes sombrio com pessoas inadequadas no comando.
Primeiro ponto que pude constatar: ainda há bondade no mundo. Sim, existem pessoas empáticas, que evitam julgamentos precipitados. Elas estão por aí, embora nossa mídia tenda a não divulgá-las, pois o que mais gera engajamento nas redes são as tragédias. Mas elas existem.
Segundo ponto: espiritualidade não se limita à religião. Quando compreendi que Deus está na natureza, minha conexão com o mundo mudou. Somos parte dessa natureza que gera tudo neste mundo que habitamos.
Terceiro ponto: a vida é efêmera. Lembro-me claramente do meu aniversário solitário aos 15 anos, numa casa que era um último refúgio, após ser expulso da casa dos meus pais. Acreditar na possibilidade de mudar nossa trajetória é essencial.
Quarto ponto e último ponto.
Na filosofia estoica, encontramos a ideia de que a felicidade e a tranquilidade interior são alcançadas ao se concentrar no que está sob nosso controle e em como reagimos aos eventos externos. Por exemplo, o conceito de “apatheia”, ou tranquilidade da alma, destaca a importância de desvincular a felicidade pessoal das opiniões alheias.
Quando nos referimos à ideia de “não ter vergonha de ser feliz”, à medida que absorvemos os princípios estoicos, encontramos um paralelo: ao dar menos peso ao julgamento externo sobre nossas vidas e escolhas, nos libertamos da opressão da opinião alheia. Isso nos permite cultivar uma sensação de satisfação interna, independentemente das expectativas sociais ou da busca por aprovação externa.
Por exemplo, o filósofo estoico Epiteto destacava a importância de não se preocupar com aquilo que não está sob nosso controle. Ele enfatizava que nossa paz interior não deve depender das opiniões ou julgamentos externos, mas sim da maneira como interpretamos e reagimos ao que acontece ao nosso redor.
Enfim, meu amigos e amigas, quando nos desapegamos das opiniões alheias, quando damos menos importância ao que os outros pensam sobre nós, alinhamo-nos com a visão estoica de focar no interno, naquilo que é nosso domínio, o que resulta em uma vida mais plena e autêntica, independentemente das pressões externas.
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Por: Wanderson Dutch.