As sair para o encontro com uma mulher. Não se esqueça de levar o chicote

Nietzsche é amplamente reconhecido como um dos filósofos mais influentes da história. No entanto, sua filosofia não está isenta de críticas, especialmente quando se trata de sua visão sobre a mulher. Nietzsche é frequentemente acusado de ser misógino e de expressar visões machistas. Neste texto, vamos analisar algumas citações do filósofo do Martelo para compreender melhor essa questão.

Uma das citações mais conhecidas de Nietzsche sobre a mulher é “Quando se convive com as mulheres, é preciso nunca dar a impressão de que se tem necessidade delas”. Esta afirmação é profundamente problemática, pois sugere que as mulheres são seres inferiores que devem estar à disposição dos homens. Além disso, ela ignora completamente a complexidade das relações humanas e sugere que as mulheres devem ser tratadas como objetos descartáveis.

Outra citação que mostra a visão problemática de Nietzsche sobre a mulher é “A mulher é um meio, não um fim em si mesma”. Essa afirmação novamente sugere que as mulheres não são seres humanos completos, mas sim um meio para atingir um objetivo. Essa visão reducionista da mulher é profundamente desrespeitosa e prejudica a luta pela igualdade de gênero.

Além disso, Nietzsche também expressou opiniões problemáticas sobre a inteligência das mulheres. Em uma de suas obras, ele afirmou que “a maioria das mulheres tem uma inteligência apropriada à vida doméstica e às funções reprodutivas”. Essa afirmação sugere que as mulheres são naturalmente menos inteligentes que os homens, o que é uma visão sexista e desrespeitosa.

Por fim, é importante lembrar que Nietzsche viveu em uma época em que as visões misóginas eram amplamente aceitas e difundidas. No entanto, isso não justifica suas afirmações problemáticas sobre a mulher. Como filósofo, ele deveria ter sido capaz de questionar essas visões e propor uma abordagem mais igualitária e respeitosa.

Nietzsche foi um pensador que teve uma visão particular sobre a mulher e seu papel na sociedade. Ele acreditava que a mulher possuía um papel fundamental no desenvolvimento humano e que seu potencial deveria ser explorado. No entanto, sua visão sobre a mulher era complexa e muitas vezes ambígua, apresentando desafios na interpretação de suas ideias.

Uma das concepções de Nietzsche sobre a mulher é que ela representa o instinto criativo da humanidade. Em sua obra “Assim Falou Zaratustra” e em outros dos seus livros, há diversos trechos duvidosos, com sugestões do tipo: “A mulher precisa de um homem que a domine, pois ela se inclina diante da força. A mulher é o instinto da terra, mas o homem é seu espírito”. Essa afirmação sugere que a mulher é a representação do corpo, da sensibilidade e da paixão, enquanto o homem é a representação da mente, da razão e da força. Para Nietzsche, a mulher é uma força criativa que precisa da liderança do homem para ser guiada e direcionada de forma adequada.

No entanto, essa concepção de Nietzsche também apresenta um aspecto problemático. Ao afirmar que a mulher precisa ser dominada pelo homem, ele perpetua a visão da mulher como inferior e submissa ao homem. Além disso, a ideia de que a mulher é a representação do instinto criativo da humanidade sugere que ela não é capaz de alcançar a racionalidade e a objetividade que são valorizadas na cultura ocidental.

Outra concepção de Nietzsche sobre a mulher é que ela é o objeto do desejo masculino. Ele afirma que “a mulher é um ser profundamente misterioso, que atrai e seduz o homem”. Essa afirmação sugere que a mulher é vista como um objeto de desejo sexual pelo homem e que seu valor é determinado pela sua capacidade de satisfazer esse desejo. Essa visão reducionista da mulher é profundamente problemática e ignora a complexidade de suas habilidades e talentos.

Vale lembrar aqui que Nietzsche também acreditava que a mulher poderia se tornar uma figura superior na sociedade. Ele afirmava que “a mulher se torna superior ao homem quando ela deixa de imitá-lo e passa a ser ela mesma”. Essa afirmação sugere que a mulher pode alcançar uma posição de destaque na sociedade quando ela desenvolve sua própria identidade e habilidades, sem tentar se moldar aos padrões masculinos. Essa visão é uma das poucas que apresenta a mulher como uma figura autônoma e independente, capaz de alcançar o sucesso por seus próprios méritos.

Em conclusão, a visão de Nietzsche sobre a mulher é complexa e ambígua, apresentando aspectos positivos e problemáticos. Enquanto ele reconhecia o potencial criativo da mulher, também perpetuava a visão da mulher como objeto de desejo masculino e inferior ao homem. É importante lembrar que as visões de Nietzsche sobre a mulher devem ser lidas com cautela, levando em conta o contexto histórico e cultural em que ele viveu e questionando as concepções problemáticas que ele apresenta.

Wanderson Dutch

Wanderson Dutch

Wanderson Dutch

Wanderson Dutch é escritor, dancarino, produtor de conteúdo digital desde 2015, formado em Letras pela Faculdade Capixaba do Espírito Santo (Multivix 2011-2014) e pós-graduado pela Faculdade União Cultural do estado de São Paulo (2015-2016).
Vasta experiência internacional, já morou em Dublin(Irlanda), Portugal, é um espírito livre, já visitou mais de 15 países da Europa e atualmente mora em São Paulo.
É coautor no livro: Versões do Perdão, autor do livro O Diário de Ayron e também de Breves Reflexões para não Desistir da Vida.

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