Armai-vos uns aos outros – tenha ódio aos esquerdistas, eis o meu mandamento

A cultura da violência é um fenômeno que se faz presente em muitas sociedades ao redor do mundo, e é composta por uma série de fatores e condicionantes que convergem para a perpetuação da violência em diversas formas e graus. Entre esses fatores, a religião tem sido historicamente uma das principais fontes de legitimação da violência e da guerra.

A religião pode ser usada para justificar a violência de diferentes maneiras. Algumas vezes, ela é usada para reivindicar uma superioridade moral ou religiosa em relação a outras culturas ou religiões, o que pode levar a um processo de demonização e desumanização dos outros grupos, tornando mais fácil justificar a violência contra eles. Em outros casos, a religião é usada para legitimar a violência como uma ferramenta política ou estratégica, a fim de alcançar objetivos específicos, como conquista territorial ou poder político.

Outro fator que pode contribuir para a cultura da violência é a mentalidade patriarcal que muitas religiões promovem. A hierarquização de gênero presente em muitas religiões pode levar à justificação da violência contra mulheres, crianças e outros grupos considerados “inferiores” ou “subalternos”.

No entanto, é importante destacar que a religião não é a única fonte da cultura da violência, e que muitas vezes ela pode ser usada como pretexto para justificar violências que têm outras raízes e motivações. Por isso, é necessário reconhecer a complexidade das relações entre religião e violência, e buscar uma abordagem crítica e multidisciplinar para compreender esse fenômeno.


O contexto atual brasileiro é surreal e bizarro! Grande parte dos cristãos que se denominam evangélicos no Brasil têm se tornado a voz dos que clamam por mais violência, repressão e autoritarismo. Eles defendem a posse de armas, apoiam governos ditatoriais e se opõem a qualquer forma de diálogo e tolerância
Não é de hoje que vemos uma grande contradição entre os ensinamentos de Jesus Cristo e as ações de muitos que se dizem cristãos. Mas a atual postura de uma grande parte dos evangélicos brasileiros em relação à posse de armas e apoio a regimes autoritários é algo que podemos chamar de delírio coletivo sem cura. Jesus, um mensageiro da paz, está sendo representado com armas e ninguém se choca com isso?

Os evangélicos que defendem a posse de armas  acreditam que as palavras de Jesus eram de: armai-vos uns aos outros” “tenha ódio e persiga quem pensa diferente de você”. Eles acreditam que Jesus estava armado até os dentes enquanto pregava o amor e a compaixão.

Mas não podemos nos espantar tanto com isso não é mesmo? Afinal, o que a igreja católica fez na idade medieval mesmo em nome de Deus e Jesus? Mataram mulheres queimando-as na fogueira! Fizeram barbaridades, por isso, não fico espantado com o atual comportamento dos cristão contemporâneos. O cristianismo por meio de seus principais representantes já foi capaz de coisa muito pior. Jesus nunca teve relação com este movimento, ele não o criou ou deixou ordem para que criassem igrejas em seu nome. O fã clube é foda!

Mas se formos olhar com mais atenção para os ensinamentos de Jesus, veremos que a mensagem central é justamente a paz e a não violência. Ele nunca defendeu a posse de armas como uma forma de resolver conflitos, e sim a tolerância, o diálogo e o amor. Jesus não era um guerreiro, mas sim um pacificador. E mesmo assim, muitos evangélicos brasileiros parecem ignorar completamente essa realidade.

A defesa da posse de armas e o apoio a regimes autoritários são posturas que vão totalmente contra a mensagem de amor e compaixão de Jesus. Essas posturas parecem ser mais baseadas em um medo irracional e uma crença de que a força bruta é a única forma de se impor no mundo. Isso é completamente contrário ao espírito de tolerância e diálogo que Jesus defendeu.

É hora de acordar e questionar a realidade que nos cerca. Precisamos nos unir como uma comunidade de pensadores críticos e ativistas, capazes de enfrentar as mentiras sagradas que nos são impostas e de lutar por uma sociedade mais justa e igualitária.

Eles se unem para praticar o mal, por que nós nao podemos nos unir para o bem comum de todos?

 

Wanderson Dutch

 

Wanderson Dutch

Wanderson Dutch

Wanderson Dutch é escritor, dancarino, produtor de conteúdo digital desde 2015, formado em Letras pela Faculdade Capixaba do Espírito Santo (Multivix 2011-2014) e pós-graduado pela Faculdade União Cultural do estado de São Paulo (2015-2016).
Vasta experiência internacional, já morou em Dublin(Irlanda), Portugal, é um espírito livre, já visitou mais de 15 países da Europa e atualmente mora em São Paulo.
É coautor no livro: Versões do Perdão, autor do livro O Diário de Ayron e também de Breves Reflexões para não Desistir da Vida.

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