Após morrer por oito minutos, mulher retorna, afirma que a morte é uma ilusão e se torna guia de transição.

Após morrer por oito minutos, mulher retorna, afirma que a morte é uma ilusão e se torna guia de transição

Em um hospital no Texas, Estados Unidos, Brianna Lafferty, de 33 anos, foi declarada clinicamente morta por oito minutos devido a uma crise causada por distonia mioclônica, um distúrbio neurológico raro. Durante esse período, ela relata ter vivenciado uma experiência fora do corpo, sentindo-se plenamente consciente e em paz, como nunca antes. Após ser reanimada, Brianna afirma que a morte é uma ilusão e passou a atuar como guia de transição, oferecendo apoio emocional e espiritual a pessoas em fim de vida. 

Durante os oito minutos em que esteve clinicamente morta, Brianna descreve ter ouvido uma voz perguntando se ela estava pronta, seguida por uma sensação de separação do corpo físico. Ela relata ter flutuado em um espaço onde o tempo não existia, encontrando seres que pareciam familiares, embora não soubesse se eram humanos. Essa experiência transformou sua visão sobre a vida e a morte, levando-a a acreditar que a consciência continua viva após a morte, apenas assumindo outra forma.

Após retornar à vida, Brianna enfrentou desafios físicos significativos, precisando reaprender a falar e andar. Ela também passou por uma cirurgia experimental na glândula pituitária, que havia sido danificada. Apesar das dificuldades, ela afirma que a experiência a empoderou e a fez confiar nos acontecimentos da vida, especialmente nos difíceis. Hoje, como guia de transição, Brianna oferece apoio a indivíduos e famílias em momentos de transição profunda, como o fim da vida, doenças crônicas e crescimento espiritual. 

A experiência de Brianna se alinha a relatos de experiências de quase-morte (EQM), fenômeno estudado por pesquisadores como o psiquiatra Bruce Greyson, que desenvolveu a “Escala de Experiência de Quase Morte” para avaliar esses relatos. Estudos sugerem que, durante uma EQM, indivíduos frequentemente relatam sensações de paz, separação do corpo físico e encontros com seres espirituais. 

Além disso, conceitos de tradições ancestrais, como as africanas e egípcias, também abordam a continuidade da consciência após a morte. Na tradição egípcia, por exemplo, acreditava-se que a alma passava por um julgamento após a morte, determinando seu destino no além. Essas concepções reforçam a ideia de que a morte não é um fim, mas uma transição para outra forma de existência.

A neurociência também tem explorado as experiências de quase-morte. Pesquisas indicam que, durante a morte clínica, o cérebro pode continuar a funcionar por alguns minutos, permitindo experiências conscientes. Estudos liderados pelo médico Sam Parnia sugerem que a consciência humana pode permanecer ativa por até três minutos após a parada cardíaca. 

A jornada de Brianna Lafferty destaca a complexidade da experiência humana e a possibilidade de que a morte seja uma transição, não um fim. Sua história convida à reflexão sobre a natureza da consciência e a continuidade da existência além da vida física.

O caso de Brianna Lafferty é apenas um entre milhares de relatos ao redor do mundo que desafiam a narrativa biomédica convencional sobre a morte.

Embora cientificamente ela tenha sido considerada “clinicamente morta” por oito minutos, o que ela viveu nesse intervalo coloca em xeque os limites do que chamamos de realidade. E mais do que isso: abre um campo de investigação que ultrapassa os domínios da medicina e penetra em territórios antes vistos como exclusivos da espiritualidade, da filosofia ancestral e da física de ponta.

A morte, sob a ótica africana e egípcia ancestral, nunca foi um fim. No Kemet (nome original do Egito), o corpo era apenas um veículo temporário. A consciência, por sua vez, era um composto de múltiplas camadas: ka (força vital), ba (personalidade e essência), akh (espírito iluminado). Quando o corpo cessava suas funções, era apenas a transição de uma forma para outra. Não havia desespero diante da morte — havia preparação. Rituais, entoações, geometrias, tudo visava a orientar a alma em sua passagem entre mundos.

É fascinante observar que muitos dos relatos modernos de experiências de quase-morte ecoam essas visões antigas: deslocamento da consciência, sensação de unidade cósmica, perda da noção de tempo, encontros com seres não físicos — alguns reconhecidos como ancestrais. Não se trata de delírio, mas de acesso a uma outra camada da realidade. Algo que a Matrix 3D (essa realidade consensual, densa e programada) não está equipada para decodificar.

A física quântica, em sua dimensão mais especulativa porém fascinante, também flerta com essas possibilidades. A dualidade onda-partícula, os campos de informação não-local, a ideia de multiverso — tudo isso rompe com a linearidade do tempo e da matéria. Se partículas podem estar em dois lugares ao mesmo tempo, por que a consciência não poderia existir fora do corpo?
O neurocientista Stuart Hameroff e o físico Roger Penrose propõem, por exemplo, que a consciência reside nos microtúbulos das células cerebrais e que, ao morrer, essa informação se dissipa no universo — mas não se perde.

No campo das ciências da mente, nomes como o neurocientista Eben Alexander (ex-cético, convertido após uma EQM pessoal) e a psiquiatra Elisabeth Kübler-Ross também reforçam que a consciência é primária — e não apenas um subproduto do cérebro. Em outras palavras, você não pensa porque tem um cérebro; você tem um cérebro porque sua consciência precisa operar neste plano.

Brianna não é exceção, é sinal. Um lembrete de que estamos às portas de uma mudança civilizacional na maneira como compreendemos vida e morte. A ciência materialista ocidental começa a tatear o que xamãs, griôs e iniciados africanos sempre souberam: a morte é um véu, não uma parede.

Portanto, experiências como a dela não devem ser tratadas como “curiosidades místicas”, mas como chaves para uma nova pedagogia da existência.

E talvez, num futuro próximo, hospitais e universidades terão que reconhecer: a vida não cabe apenas nos aparelhos. Nem nos manuais. Nem nas equações.

Wanderson Dutch

Wanderson Dutch

Wanderson Dutch é escritor, dancarino, produtor de conteúdo digital desde 2015, formado em Letras pela Faculdade Capixaba do Espírito Santo (Multivix 2011-2014) e pós-graduado pela Faculdade União Cultural do estado de São Paulo (2015-2016).
Vasta experiência internacional, já morou em Dublin(Irlanda), Portugal, é um espírito livre, já visitou mais de 15 países da Europa e atualmente mora em São Paulo.
É coautor no livro: Versões do Perdão, autor do livro O Diário de Ayron e também de Breves Reflexões para não Desistir da Vida.

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