Nosso maior problema é o ideal, já dizia Nietzsche, e ele não estava errado.
A sociedade como um todo foi (e vem sendo educada) por falsificações psicológicas, por seus erros morais pautados em ideias sagradas, por sua religiosidade cega. A civilização colocou o amor romântico como um ideal que todas as precisam alcançar pra ser feliz e completo. Pobres mortais, continuaram sofrendo com essa mentira por longos anos.
Mas vamos lá, porque o assunto é intenso, complexo e instigaste.
Trago para a nossa reflexão, o pai do péssimo: Arthur Schopenhauer.
Ele descreve a nossa existência como um acontecimento trágico, de forma cruel, Schopenhauer narra a vida desprovida de propósito ou sentido, onde somos motivados por desejos. Que nos fazem buscar algo que possa proporcionar felicidade, sem termos consciência de que essa tal busca é completamente inútil, na medida em que nunca estaremos plenamente satisfeitos com o que temos.
Por isso, penso a busca do amor romântico como uma cilada sedutora insustentável a longo prazo.
Ao “satisfazer” o desejo, por um breve momento, experimentamos o gosto da “felicidade”. Em nosso caso, quando rolar aquele primeiro sexo e você acha encontrou o amor de sua vida. Que finalmente você será feliz e terá uma vida plena sem aborrecimentos…
No entanto, o contato diário faz com que você conheça profundamente essa pessoa que você achava ser um príncipe…
Você pensa: puts! Será uma cilada? Dúvidas surgem, em muitos casos, você se contenta com o mínimo e vai empurrando um relacionamento tóxico abusivo com a barriga.
Você volta a sentir um vazio mesmo estando com alguém, recomeça uma nova busca para satisfazer um novo anseio e se vê preso em um relacionamento sem saber o que fazer.
Você gera um ciclo interminável de buscas, trazendo assim: tédio, dor, angústia e a vida começa a perder o sentido pra você, pois mais uma vez você se envolveu na cilada do amor romântico.
Como escapar dessa cilada de querer amar alguém e ser correspondido com esse sentimento?
Desde a infância, lemos histórias e vimos filmes que falavam do amor verdadeiro entre as pessoas, um preparativo para o amor romântico que na verdade não passa de um tipo de droga afetiva, tal como tantas outras…
Existe todo um comportamento aditivo, de apego, de necessidade afeto correspondido, e quando isso se torna tóxico e deixa de existir a coisa fica bem pior, você sente um tipo de efeito da ressaca, da dependência emocional…
Não amamos por amar, mas amamos pelo que podemos receber, obter, pelo vazio que pode preencher, tapar, esconder…
Já dizia Nietzsche: “amamos o desejo, não o desejado, ninguém ama ninguém.”
Só que, à medida que o mundo evolui com maior individualismo e redefinindo comunidades, nós, as pessoas, somos confrontados com uma realidade diferente – que o amor talvez venha do significado que criamos em nossas vidas e que o significado pode ser criado de várias maneiras diferentes.
Tire o amor romântico como um ideal a ser alcançado.
Tire ele dessa categoria de estágio final ou ponto máximo de sua existência.
Existem muitas formas de amor e este configura-se apenas como uma das possibilidades de existência.
Não é que seja errado você desenvolver algo com alguém, o problema não é isso, mas a civilização louca que nós vivemos.
Essa geração líquida em que muitas pessoas estão feridas de relacionamentos anterior e ferem outras como forma de vingança seja isso consciente ou inconsciente.
Cuide-se. Tome cuidado quando estiver conhecendo alguém. Não se derreta por qualquer: “eu te amo” isso não quer dizer nada.
Não adianta você querer ter saúde emocional, mental, equilíbrio espiritual, etc…
Se suas escolhas estão sempre envolvidas com as mesmas pessoas que tanto te causa aborrecimento.
Não adianta você reclamar daquilo que você permite. Nada vai mudar.
O ciclo se repetirá.
A cultura patriarcal, centrada na figura masculina, desenvolve o machismo e desenvolve os fundamentos da dominação masculina. O conceito da superioridade de gênero, instituído pelo patriarcado ao longo dos anos, e o sexismo ajudam a alimentar a ideia da desvalorização e preconceito contra as mulheres.
A misoginia é a principal responsável por grande parte dos assassinatos de mulheres, também conhecido por feminicídio, que configura-se como formas de agressões físicas e psicológicas, mutilações, abusos sexuais, torturas, perseguições, entre outras violências relacionadas direta ou indiretamente com o gênero feminino.
Os homens temem que as mulheres riam deles. As mulheres temem que os homens as matem.
Margaret Atwood
Eu não estou aceitando as coisas que eu não posso mudar, estou mudando as coisas que eu não posso aceitar.
Angela Davis
Que nada nos defina, que nada nos sujeite. Que a liberdade seja a nossa própria substância, já que viver é ser livre.
Simone de Beauvoir
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