A pessoa que nos obriga a engolir o sapo, a gente nunca mais esquece

Essa frase de Rubem Alves traz à tona a realidade de muitos de nós, pois todos já passamos por situações em que fomos forçados a engolir sapos. São momentos em que nos sentimos impotentes diante das circunstâncias, onde a escolha parece inexistente e somos compelidos a aceitar o amargo sabor do desrespeito, da injustiça ou da opressão.

Engolir sapos não é uma ação que se esquece facilmente. Fica gravado em nossa memória, deixando cicatrizes emocionais que podem nos acompanhar por muito tempo. É como se um nó se formasse em nossa garganta, sufocando nossas vozes e aprisionando nossos sentimentos.

Nessa sociedade complexa, somos frequentemente confrontados com essas situações em que o peso da conformidade e a submissão se tornam inevitáveis. É como se estivéssemos em um grande teatro, onde somos obrigados a interpretar um papel que não escolhemos. Nos encontramos em um jogo injusto, em que os poderosos ditam as regras e nós, meros figurantes, devemos aceitar nossas falhas e seguir adiante.

Porém, mesmo nesse contexto desafiador, é importante refletir sobre como reagimos a essas situações. O ato de engolir sapos não significa aceitar passivamente a injustiça, mas sim reconhecer que nem sempre temos o poder imediato de mudar as circunstâncias externas. É uma escolha temporária, uma forma de sobreviver ao momento e buscar forças para agir de maneira mais efetiva no futuro.

Imagine-se em um ambiente de trabalho em que sua criatividade é constantemente podada, suas ideias ignoradas e suas contribuições minimizadas. Você se vê obrigado a engolir os sapos da burocracia e do autoritarismo, pois sabe que confrontar essa realidade pode lhe custar seu emprego e estabilidade financeira. É como ser um artista talentoso que precisa pintar dentro das linhas pré-estabelecidas, deixando de expressar sua verdadeira arte.

Além disso, é fundamental refletir sobre o papel das pessoas que nos obrigam a engolir esses sapos. Elas podem ser indivíduos tóxicos ou manipuladores, que exploram nossa vulnerabilidade ou impõem seu poder sobre nós. São como cobras venenosas, prontas para dar o bote e sufocar nossa liberdade. Porém, ao mesmo tempo, essas experiências nos ensinam a identificar essas pessoas e a estabelecer limites saudáveis em nossas relações.

Engolir sapos é a metáfora perfeita para as agruras que encontramos em nosso caminho. São as injustiças sociais, as hierarquias opressivas, as normas arbitrárias que nos forçam a conter nossa individualidade. É como ser obrigado a saborear uma refeição indigesta, apenas porque alguém insiste que é necessário para nosso próprio bem.

Imagine-se em um ambiente de trabalho em que sua criatividade é constantemente podada, suas ideias ignoradas e suas contribuições minimizadas. Você se vê obrigado a engolir os sapos da burocracia e do autoritarismo, pois sabe que confrontar essa realidade pode lhe custar seu emprego e estabilidade financeira.
É como ser um artista talentoso que precisa pintar dentro das linhas pré-estabelecidas, deixando de expressar sua verdadeira arte.

No vasto e indiferente universo, somos confrontados com a angustiante pergunta: qual é o sentido da vida? O niilismo, uma perspectiva filosófica sombria, desafia a noção de que existe um propósito intrínseco para nossa existência. Nessa visão, a vida é vista como um mero acidente cósmico, destituído de sentido ou valor.

Para o niilista, a busca por significado se revela como uma ilusão vazia. As estruturas sociais, as crenças religiosas e as ideologias são meras construções humanas, criadas para dar sentido à nossa existência em um mundo que, em sua essência, é indiferente e caótico. Afinal, se não há um criador divino, se não há um plano predeterminado, então o que resta é um vácuo de significado.

Nesse vácuo, somos confrontados com a liberdade radical. Somos livres para atribuir qualquer significado que desejarmos às nossas vidas. No entanto, essa liberdade pode se tornar um fardo opressivo, uma vez que não há critérios objetivos para determinar o que é certo ou errado, o que é valioso ou insignificante.

Diante desse abismo existencial, alguns podem sucumbir ao desespero e à apatia. Afinal, se tudo é efêmero, se tudo é passageiro, então qual é o sentido de buscar realizações, amor ou felicidade? Para o niilista, todas as buscas se revelam fúteis, pois não há nada que perdure além da inevitável aniquilação da existência.

No entanto, alguns niilistas encontram um consolo na própria ausência de sentido. Ao abraçar a inevitabilidade da falta de sentido, eles são libertados das amarras das expectativas sociais e das pressões externas. Podem viver suas vidas sem ilusões, sem apegos, sem a necessidade de buscar um propósito inatingível. Eles encontram um certo conforto na aceitação do absurdo da vida e na abertura para o nada.

Mas mesmo nesse abraço ao nada, surge uma questão intrigante: se a vida não tem sentido, por que continuar vivendo? Por que não sucumbir ao vazio absoluto?

A resposta a essa questão pode estar na própria liberdade que o niilismo nos concede. Embora não haja um sentido inerente à vida, podemos criar nossos próprios significados, mesmo que sejam transitórios e subjetivos. Podemos encontrar beleza na arte, na natureza, nos relacionamentos humanos. Podemos buscar conhecimento, cultivar empatia, explorar nossa criatividade.

A vida pode não ter um sentido objetivo, mas podemos preenchê-la com momentos de significado pessoal. Podemos encontrar um sentido na própria busca por sentido, na exploração da nossa própria existência e nas experiências únicas que ela nos proporciona.

 

Wanderson Dutch

Wanderson Dutch

Wanderson Dutch

Wanderson Dutch é escritor, dancarino, produtor de conteúdo digital desde 2015, formado em Letras pela Faculdade Capixaba do Espírito Santo (Multivix 2011-2014) e pós-graduado pela Faculdade União Cultural do estado de São Paulo (2015-2016).
Vasta experiência internacional, já morou em Dublin(Irlanda), Portugal, é um espírito livre, já visitou mais de 15 países da Europa e atualmente mora em São Paulo.
É coautor no livro: Versões do Perdão, autor do livro O Diário de Ayron e também de Breves Reflexões para não Desistir da Vida.

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