A Bolsa da Louis Vuitton de 1 milhão de dólares a cultura da insanidade

Não estou aqui criticando a riqueza, nem a cada um gastar o seu dinheiro como quiser. Meu questionamento vai muito além disso. Muitas pessoas que defendem o capitalismo normalmente não têm condições de comprar nem uma bolsa de mil reais. Eu estou mais interessado aqui em pensar nessa estrutura comercial que normalizou preços exorbitantes. Entendem como é urgente taxar grandes fortunas? Outro dia, como falei no vídeo, andando em um shopping aqui em São Paulo, por curiosidade fui olhar os preços dos óculos de sol, e me deparei com valores surreais: óculos de sol por 70 mil reais, calça jeans por 25 mil… Eu pergunto: como?

O exemplo gritante dessa exploração desenfreada é a bolsa de 1 milhão de dólares da Louis Vuitton, feita com pele de crocodilos bebês. A busca incessante por exclusividade e status levou marcas de luxo a uma linha tênue entre extravagância e crueldade. Essa bolsa não é apenas um acessório caro; é um símbolo da falta de escrúpulos em nome do lucro.

É paradoxal notar que aqueles que mais defendem o capitalismo muitas vezes não estão entre os consumidores desse tipo de produto. A estrutura comercial atual não só perpetua a desigualdade financeira, mas também normaliza a exploração impiedosa de animais em prol da ostentação. Enquanto alguns ostentam símbolos de status, outros sofrem as consequências dessa busca insaciável por luxo.

A urgência em taxar grandes fortunas não é apenas uma necessidade de justiça social; é uma tentativa de conter essa corrida pelo absurdo. Como podemos aceitar um sistema que permite que uma bolsa feita de pele de crocodilos bebês alcance valores tão exorbitantes? Está na hora de questionarmos não apenas o preço dos produtos, mas a ética por trás de sua produção, especialmente quando ela envolve a exploração cruel e desnecessária de animais.

Devemos refletir sobre o que realmente valorizamos como sociedade: a ostentação vazia de produtos caros ou a ética em nossas escolhas de consumo. É hora de repensar nosso papel como consumidores e exigir responsabilidade das marcas, promovendo práticas comerciais mais éticas e sustentáveis. Afinal, o verdadeiro luxo deveria ser a consciência tranquila de que nossas escolhas não contribuem para a exploração desumana e desnecessária dos seres vivos.

 

Nenhum animal deveria ser explorado para nosso deleite, seja para um churrasco casual ou para a confecção fútil de uma bolsa no valor de 1 milhão de dólares, como é o caso da marca Louis Vuitton. A perplexidade surge ao nos questionarmos: como normalizamos a exploração de animais na indústria da moda, associando preços exorbitantes a produtos que resultam em sofrimento animal?

A cultura que aceita esse cenário perpetua uma mentalidade perigosa, onde o status e a ostentação muitas vezes eclipsam a empatia e o respeito pelos seres vivos. A ideia de que animais podem ser tratados como mercadorias de luxo, sacrificados para atender aos caprichos da moda, é profundamente perturbadora.

A busca por exclusividade e extravagância tem levado marcas renomadas a explorarem os limites éticos, optando por materiais que representam não apenas um custo financeiro elevado, mas também um custo moral insuportável. Enquanto algumas celebridades ostentam bolsas feitas de peles exóticas, há uma triste realidade de animais criados e sacrificados em condições muitas vezes desumanas, apenas para satisfazer um padrão superficial de elegância.

Ao aceitarmos passivamente essa cultura, nos tornamos cúmplices de uma indústria que coloca o luxo acima da compaixão. A moda, que deveria ser uma expressão artística e criativa, não deveria se sustentar sobre a exploração desenfreada dos seres vivos. É fundamental questionarmos nosso papel como consumidores e desafiarmos essa mentalidade de que o preço de um produto reflete sua verdadeira importância.

A urgência em repensar nossa relação com a moda vai além da estética; é um apelo à nossa consciência coletiva. É hora de exigirmos práticas sustentáveis e éticas na indústria da moda, abandonando a aceitação cega da exploração animal em prol da vaidade. O verdadeiro luxo deveria residir em escolhas que refletem nossa compaixão e respeito pela vida, rejeitando produtos que carregam o peso de uma crueldade injustificável.

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Por: Wanderson Dutch.

Wanderson Dutch

Wanderson Dutch

Wanderson Dutch é escritor, dancarino, produtor de conteúdo digital desde 2015, formado em Letras pela Faculdade Capixaba do Espírito Santo (Multivix 2011-2014) e pós-graduado pela Faculdade União Cultural do estado de São Paulo (2015-2016).
Vasta experiência internacional, já morou em Dublin(Irlanda), Portugal, é um espírito livre, já visitou mais de 15 países da Europa e atualmente mora em São Paulo.
É coautor no livro: Versões do Perdão, autor do livro O Diário de Ayron e também de Breves Reflexões para não Desistir da Vida.

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