Milionário evangélico gasta R$ 8,5 milhões e 20 anos construindo réplica da Arca de Noé

A réplica da Arca de Noé tem sido um grande atrativo turístico na Holanda nos últimos dois anos. Construída de acordo com as especificações da Bíblia hebraica, essa impressionante embarcação tem 390 pés de comprimento e 75 pés de altura. É a única no mundo capaz de navegar e tem deixado os passageiros que viajam pelo rio Maas encantados.

Com uma quantidade de madeira equivalente a 12.000 árvores derrubadas, a réplica da Arca de Noé domina o litoral da pequena cidade que a hospeda no chamado Cinturão da Bíblia, no sul da Holanda. Além de impressionar pela sua imponência, a réplica também é fiel aos detalhes da história bíblica, o que faz com que muitos acreditem estar diante de um navio que salvou a humanidade em tempos de dilúvio.

Não é à toa que a réplica da Arca de Noé tenha se tornado um sucesso turístico na Holanda. Ela é uma mistura perfeita entre engenharia, religião e entretenimento. Uma atração que faz jus à fama do país, que é conhecido por oferecer experiências turísticas únicas e memoráveis.

Superando até mesmo alguns navios de cruzeiro modernos, a arca tornou-se instantaneamente uma atração turística internacional quando foi concluída em 2012, após quatro anos de construção.

O devoto empresário cristão Johan Huibers, mal pode esperar para levá-la para Israel – um país cujos problemas e sucessos, segundo ele, estão sempre em sua mente.

“Meu destino preferido para a arca é Israel”, disse Huibers, 60, ao portal JTA no início deste mês.

Pode parecer assustador, mas acredito em tudo o que está escrito neste livro, de capa a capa”, disse ele, apontando para uma cópia de uma tradução para o holandês da Bíblia hebraica. “Esta é uma cópia do navio de Deus. Só faz sentido levá-lo para a terra de Deus.”

Huibers planejava levar o navio para Israel logo após sua conclusão, mas incêndios florestais em Israel torpedearam a viagem.
Agora ele não tem mais os cerca de $ 1,3 milhão necessários para chegar lá (a arca não tem motor, então Huibers precisa alugar rebocadores para navegá-la).
Huibers tinha planos de levar a arca para o Brasil, mas não deu certo.

Ah, a história da Arca de Noé! Como um filósofo recluso, enclausurado em sua própria mente, é sempre fascinante testemunhar as interpretações humanas de histórias antigas. E o Sr. Huibers é um exemplo perfeito de como a criatividade humana pode transformar qualquer fábula bíblica em uma atração turística extravagante.

Enquanto Noé construiu sua arca como um ato de obediência divina, Huibers decidiu erguer uma réplica da embarcação depois de ler a história para seus filhos. Uma escolha estranha, sem dúvida, mas quem sou eu para julgar os caprichos de um indivíduo?

Ainda assim, não posso deixar de notar a ironia de uma pessoa criar uma réplica de uma embarcação que supostamente foi criada para salvar a humanidade de seus próprios pecados, enquanto a humanidade agora usa essa réplica como um objeto de entretenimento. Ainda mais irônico é que essa réplica da Arca de Noé tenha sido construída em um mundo onde a ciência e a tecnologia avançaram tanto que poderíamos criar uma verdadeira arca de sobrevivência, em vez de uma mera cópia de uma história antiga.

Mas, como Nietzsche disse uma vez, “toda arte é uma forma de mentira”. Então, talvez a réplica da Arca de Noé de Huibers seja apenas uma expressão da criatividade humana e da capacidade de transformar uma história em algo mais. Ou talvez seja apenas uma forma de ganhar dinheiro com a ingenuidade dos turistas. Afinal, é difícil dizer qual é a verdadeira motivação por trás da construção de uma arca flutuante em pleno século XXI.

 

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Wanderson Dutch

Wanderson Dutch

Wanderson Dutch é escritor, dancarino, produtor de conteúdo digital desde 2015, formado em Letras pela Faculdade Capixaba do Espírito Santo (Multivix 2011-2014) e pós-graduado pela Faculdade União Cultural do estado de São Paulo (2015-2016).
Vasta experiência internacional, já morou em Dublin(Irlanda), Portugal, é um espírito livre, já visitou mais de 15 países da Europa e atualmente mora em São Paulo.
É coautor no livro: Versões do Perdão, autor do livro O Diário de Ayron e também de Breves Reflexões para não Desistir da Vida.

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