Essa é mais uma daquelas histórias que poucos conhecem, mas você, que acompanha não somente minhas publicações nas outras plataformas, como também aqui, ficará conhecendo. Porque se tem algo que a história oficial insiste em fazer, é apagar mentes pretas brilhantes. O talento preto sempre foi explorado, roubado e, quando não puderam mais lucrar com ele, apagado.
Se hoje discutimos inteligência artificial, cálculos avançados e música erudita, é fundamental reconhecer que mentes pretas extraordinárias foram ignoradas e ridicularizadas pela história oficial, não porque lhes faltasse genialidade, mas porque os colonizadores cristãos nunca enxergaram africanos como seres humanos, muito menos como intelectuais.
Thomas Fuller, arrancado de sua terra natal aos 14 anos e vendido como escravizado em 1724, não era um mero “fenômeno da natureza”, como os brancos diziam—ele era um matemático prodigioso. Seus cálculos ultrapassavam a compreensão de estudiosos europeus, que, incapazes de aceitar um preto como gênio, o reduziam a uma curiosidade exótica. Blind Tom sofreu o mesmo destino: um pianista de habilidades sobre-humanas, capaz de reproduzir qualquer peça musical após ouvi-la uma única vez, mas que nunca foi reconhecido como compositor ou virtuose—apenas como um espetáculo ambulante para enriquecer seus donos.
Um século depois, nasceu Thomas Wiggins, o Blind Tom, na Geórgia escravocrata de 1849. Preto, cego e com um dom musical que nem os maiores virtuoses europeus poderiam sonhar em ter. Desde criança, ele ouvia uma música uma única vez e a reproduzia no piano com perfeição absoluta, incorporando até os menores detalhes da execução original. Aos seis anos, já encantava plateias. Aos oito, começou a se apresentar profissionalmente, arrastando multidões por onde passava. Aos onze, tornou-se o primeiro músico preto a tocar na Casa Branca.
E o que fizeram com ele? O mesmo que fizeram com Thomas Fuller. Usaram seu talento, lucraram milhões às suas custas e, quando não puderam mais explorá-lo, apagaram sua história. Fuller foi descartado como uma “curiosidade exótica”. Blind Tom foi mantido sob a tutela da família Bethune, que o tratava como propriedade mesmo após a abolição da escravidão. O homem que podia tocar qualquer música do mundo, que compôs peças geniais como “Battle of Manassas”, nunca teve controle sobre sua própria vida.
A genialidade preta sempre foi vista como algo a ser explorado, mas nunca reverenciado. Se Fuller tivesse sido branco, seu nome estaria nos livros de matemática ao lado de Euler e Newton. Se Blind Tom tivesse sido europeu, sua música seria comparada à de Liszt e Chopin. Mas eram pretos. E a história branca não tolera a ideia de que sempre estivemos na vanguarda do pensamento e da arte.
Quando falamos de apagamento histórico, não é teoria, é fato. Quantos outros Fullers e Toms existiram e foram engolidos pelo tempo? O que teria acontecido se suas mentes tivessem sido livres para criar, inventar e revolucionar sem os grilhões da escravidão?
Blind Tom morreu em 1908, esquecido pelo mesmo mundo que um dia aplaudiu seu gênio. Mas seu legado sobrevive, assim como o de Fuller e tantos outros que vieram antes e depois deles.
O apagamento é uma arma. Mas conhecimento também é. E eu escolho lutar armado até os dentes.
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TMJ👊🏿🔥