Antes de Goku alcançar sua lendária transformação Super Saiyajin, já existia um guerreiro brilhando com energia dourada, dominando artes marciais e derrotando seus inimigos com maestria. Seu nome? Bruce Leroy.
No clássico cult “The Last Dragon” (1985), Bruce Leroy, interpretado por Taimak Guarriello, é um jovem lutador obcecado em alcançar o nível máximo das artes marciais, um estado conhecido como O Brilho (The Glow). Durante sua jornada, ele enfrenta desafios, um mestre do crime chamado Sho’nuff e, acima de tudo, a dúvida sobre seu próprio poder. No momento decisivo da história, quando está prestes a ser derrotado, Bruce Leroy desperta uma aura dourada ao redor de seu corpo, desbloqueando sua força máxima — exatamente como os Super Saiyajins fariam anos depois em Dragon Ball Z.
O filme foi lançado quatro anos antes de Goku alcançar sua primeira transformação Super Saiyajin no anime (Dragon Ball Z, 1991), tornando Bruce Leroy o primeiro personagem do cinema a manifestar esse tipo de poder visualmente. Assim como um guerreiro Saiyajin, sua força, velocidade e confiança aumentam exponencialmente, e ele derrota Sho’nuff com facilidade, provando que ele é o verdadeiro mestre.
Se analisarmos bem, Leroy e Goku compartilham semelhanças marcantes:
✅ Buscam incessantemente o aprimoramento e o domínio de suas habilidades.
✅ São subestimados antes de despertar seu verdadeiro poder.
✅ Alcançam um estado de iluminação superior que os faz brilhar com energia dourada.
✅ Derrotam seus inimigos após atingir esse nível máximo.
Coincidência? Talvez. Mas Bruce Leroy caminhou para que Goku pudesse voar. Se existe um verdadeiro precursor do Super Saiyajin, esse título pertence ao guerreiro de Harlem, Bruce Leroy, o primeiro a brilhar com o Glow antes mesmo do Saiyajin mais famoso da cultura pop.
Brincadeiras à parte, eu gosto de sempre trazer esses fatos curiosos da história preta mundial por vários motivos. Primeiro, porque é essencial ressaltar os feitos inéditos que o povo preto vem realizando em TODOS os setores da sociedade. Todos!
Seja na ciência, na tecnologia, no esporte, na política ou na arte, nós sempre estivemos inovando, construindo e deixando um legado profundo. No entanto, muitos desses feitos foram apagados, minimizados ou apropriados ao longo do tempo. Nosso papel hoje é resgatar essas narrativas e colocá-las no centro da história, onde sempre deveriam ter estado.
Um exemplo emblemático disso é Hattie McDaniel, a primeira mulher preta de ascendência africana a ganhar um Oscar, em 1940, por seu papel como Mammy no filme E o Vento Levou. No entanto, ela não pôde sentar-se com seus colegas brancos na cerimônia e teve que receber seu prêmio em um quartinho dos fundos, isolada dos outros indicados. Mesmo fazendo história, o racismo da época tentou reduzir sua importância, algo que se repetiu com tantas outras figuras pretas ao longo do tempo.
É por isso que gosto de destacar esses fatos, porque quando falamos, por exemplo, que Bruce Leroy se tornou Super Saiyajin antes de Goku, não é apenas uma brincadeira. É um padrão. Um padrão onde pretos criam, inovam, inspiram, mas frequentemente são apagados ou substituídos na narrativa dominante. Isso aconteceu no cinema, na música, na tecnologia e em tantas outras áreas.
Trazer essas histórias à tona não é só entretenimento, é resistência, empoderamento e justiça histórica. Quando resgatamos e celebramos esses momentos, estamos reafirmando que nossa grandeza nunca foi acidental. E que, apesar de todas as tentativas de nos apagar, continuamos brilhando e escrevendo nossa própria história.