Vocês sabem que eu sou super crítico do império estadunidense e, portanto, tudo o que vem desse país eu olho com extrema desconfiança. Não somente dos EUA, mas também de todo e qualquer império vigente na atualidade, como o império britânico, e de aliados que sustentam sua política de exploração e violência global. Sabemos que essas grandes potências possuem uma longa história de crimes e genocídios no catálogo de seus impérios, incluindo o extermínio de povos originários nas Américas, o saque e a destruição na África e, nos dias de hoje, sua cumplicidade com a colonização e o genocídio do povo palestino.
A questão palestina, aliás, é um exemplo gritante do que significa a política imperialista: um projeto que não apenas apaga vidas, mas constrói narrativas que desumanizam. O apoio irrestrito dos EUA ao regime de apartheid de Israel, que opera sob a bandeira de “segurança” enquanto destrói comunidades inteiras, é um dos maiores crimes contemporâneos. Não é coincidência que o governo estadunidense tente desviar os olhares para os céus enquanto a destruição de Gaza é transmitida em tempo real. O extermínio do povo palestino não é apenas uma tragédia humanitária, mas um reflexo direto das práticas de controle e dominação que definem os impérios modernos.
Portanto, quando Trump diz “algo estranho está acontecendo”, concordo. Algo estranho está sempre acontecendo quando impérios criam narrativas que nos desviam daquilo que realmente importa. Não se trata apenas de drovinis ou luzes rosas no Egito. Trata-se de como essas histórias são moldadas para nos entreter, distrair e, ao mesmo tempo, reafirmar a supremacia dos que controlam a informação. Enquanto olhamos para o céu em busca de respostas, o chão é manchado com sangue – seja nas terras ocupadas da Palestina, nas florestas destruídas da Amazônia, ou nas favelas onde corpos pretos são mortos diariamente.
Ao dizer que “não consegue imaginar que seja um inimigo”, Trump insinua uma narrativa que pode ser explorada tanto pelo medo quanto pelo fascínio. Essa ambiguidade é uma ferramenta de controle: criar pânico ou alimentar esperanças enquanto as verdadeiras ameaças permanecem ignoradas. O que são esses objetos? Tecnologias experimentais? Fenômenos naturais? Manipulação para servir a agendas políticas? Ou, talvez, algo realmente além de nossa compreensão?
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Acredito que não estamos sozinhos no universo, mas acredito ainda mais que essas narrativas são usadas para centralizar o poder e moldar a percepção pública. Os EUA têm uma longa história de usar inimigos invisíveis – sejam extraterrestres, terroristas ou comunistas – para justificar suas ações imperialistas. A narrativa dos drovinis pode muito bem ser outra ferramenta de manipulação, desviando o foco de sua cumplicidade nos maiores crimes de nosso tempo, como o genocídio palestino, a destruição ambiental e o saque dos recursos de países em desenvolvimento.
Enquanto eles apontam para os céus, nos convidando a contemplar luzes misteriosas, crianças continuam sendo mortas em Gaza, povos indígenas são expulsos de suas terras, e comunidades pobres ao redor do mundo lutam para sobreviver. O verdadeiro “algo estranho” é como permitimos que essas distrações sejam eficazes, enquanto os horrores mais visíveis são tratados com normalidade. Olhar para o cosmos é fascinante, mas nunca podemos esquecer quem controla as narrativas, quem lucra com elas e quem está pagando o preço mais alto pela destruição que acontece bem diante de nossos olhos.