Os africanos, tanto do continente quanto da diáspora global, deveriam abandonar o desejo de viver na Europa

Apesar das terríveis consequências da escravidão, os africanos desempenharam um papel cultural significativo e influenciaram profundamente as formas de viver e sentir das populações com que interagiram no Novo Mundo. Os africanos trazidos para as Américas não foram apenas vítimas, mas também agentes de transformação. Eles contribuíram de maneira ativa e criativa para a formação da sociedade, transmitindo elementos valiosos de sua cultura. Como resultado, a língua portuguesa não só incorporou novas palavras, mas também ganhou maior espontaneidade e leveza. Assim, embora o tráfico de escravos tivesse como objetivo principal a escravização, ele também acabou africanizando o Brasil.

É importante reconhecer que a África não é uma entidade homogênea, mas sim um continente composto por diversas realidades. Existe uma África composta por países não predominantemente negros, como as nações do Norte da África, e uma África negra, que abriga a maioria dos países do continente. Além disso, há uma distinção significativa entre os africanos em países em desenvolvimento e os que vivem em países subdesenvolvidos. Nestes últimos, uma minoria de grupos familiares frequentemente mantém o poder por longos períodos, concentrando a riqueza nas suas mãos, enquanto a maioria da população enfrenta graves desafios, como fome, desnutrição e negligência das autoridades.

A busca por uma vida melhor é um desejo natural e compreensível. No entanto, muitos africanos, tanto do continente quanto da diáspora, aspiram viver na Europa acreditando que este continente oferece oportunidades e qualidade de vida superiores. É importante, porém, considerar as complexidades e realidades dessa escolha.

Já estive na Europa com o mesmo desejo de melhorar minha vida, acreditando em contos de fadas que muitas vezes cercam a ideia de viver lá. Não nego que possuir um passaporte europeu é um grande benefício, assim como ter um visto de trabalho que garante segurança legal, ou as diversas bolsas de estudo disponíveis para estudantes. Estes são aspectos positivos que não devem ser ignorados. No entanto, minha reflexão vai além desses aspectos, direcionando o olhar para a valorização da própria cultura, identidade e história.

Conheço africanos que foram à Europa com uma estratégia clara. Um exemplo notável é o futebolista Sadio Mané. Todo o dinheiro que ele ganha na Europa é investido em sua terra natal, Senegal. Mané representa um africano consciente e estratégico, que usa suas conquistas para beneficiar seu país e servir como um exemplo inspirador para a humanidade.

Contudo, muitos africanos ainda estão sob o feitiço do “colonizado”, influenciados por crenças e expectativas históricas que nem sempre refletem a realidade. A verdade é que, ao focar exclusivamente na Europa, pode-se desviar a atenção do potencial transformador dentro do próprio continente africano. A África possui uma riqueza cultural e recursos imensos que, se melhor aproveitados, poderiam criar oportunidades significativas e promover um desenvolvimento mais sustentável.

A verdadeira transformação vem da valorização e do fortalecimento das raízes culturais e do desenvolvimento interno. Em vez de buscar soluções fora do continente, é vital investir na própria terra, promovendo um futuro que respeite e aproveite as riquezas locais. Assim, ao abandonar o desejo de viver na Europa e direcionar o foco para o desenvolvimento local, os africanos podem construir um futuro mais promissor e autêntico.

Não se esqueça de que:

Os africanos e africanas na diáspora são descendentes dos africanos escravizados espalhados pelo mundo.

Wanderson Dutch.

Wanderson Dutch

Wanderson Dutch

Wanderson Dutch é escritor, dancarino, produtor de conteúdo digital desde 2015, formado em Letras pela Faculdade Capixaba do Espírito Santo (Multivix 2011-2014) e pós-graduado pela Faculdade União Cultural do estado de São Paulo (2015-2016).
Vasta experiência internacional, já morou em Dublin(Irlanda), Portugal, é um espírito livre, já visitou mais de 15 países da Europa e atualmente mora em São Paulo.
É coautor no livro: Versões do Perdão, autor do livro O Diário de Ayron e também de Breves Reflexões para não Desistir da Vida.

Os africanos, tanto do continente quanto da diáspora global, deveriam abandonar o desejo de viver na Europa.

Apesar das terríveis consequências da escravidão, os africanos desempenharam um papel cultural significativo e influenciaram profundamente as formas de viver e sentir das populações com que interagiram no Novo Mundo. Os africanos trazidos para as Américas não foram apenas vítimas, mas também agentes de transformação. Eles contribuíram de maneira ativa e criativa para a formação da sociedade, transmitindo elementos valiosos de sua cultura. Como resultado, a língua portuguesa não só incorporou novas palavras, mas também ganhou maior espontaneidade e leveza. Assim, embora o tráfico de escravos tivesse como objetivo principal a escravização, ele também acabou africanizando o Brasil.

É importante reconhecer que a África não é uma entidade homogênea, mas sim um continente composto por diversas realidades. Existe uma África composta por países não predominantemente negros, como as nações do Norte da África, e uma África negra, que abriga a maioria dos países do continente. Além disso, há uma distinção significativa entre os africanos em países em desenvolvimento e os que vivem em países subdesenvolvidos. Nestes últimos, uma minoria de grupos familiares frequentemente mantém o poder por longos períodos, concentrando a riqueza nas suas mãos, enquanto a maioria da população enfrenta graves desafios, como fome, desnutrição e negligência das autoridades.

A busca por uma vida melhor é um desejo natural e compreensível. No entanto, muitos africanos, tanto do continente quanto da diáspora, aspiram viver na Europa acreditando que este continente oferece oportunidades e qualidade de vida superiores. É importante, porém, considerar as complexidades e realidades dessa escolha.

Já estive na Europa com o mesmo desejo de melhorar minha vida, acreditando em contos de fadas que muitas vezes cercam a ideia de viver lá. Não nego que possuir um passaporte europeu é um grande benefício, assim como ter um visto de trabalho que garante segurança legal, ou as diversas bolsas de estudo disponíveis para estudantes. Estes são aspectos positivos que não devem ser ignorados. No entanto, minha reflexão vai além desses aspectos, direcionando o olhar para a valorização da própria cultura, identidade e história.

Conheço africanos que foram à Europa com uma estratégia clara. Um exemplo notável é o futebolista Sadio Mané. Todo o dinheiro que ele ganha na Europa é investido em sua terra natal, Senegal. Mané representa um africano consciente e estratégico, que usa suas conquistas para beneficiar seu país e servir como um exemplo inspirador para a humanidade.

Contudo, muitos africanos ainda estão sob o feitiço do “colonizador”, chamado: Cristianismo, ele estão influenciados por crenças e expectativas históricas que nem sempre refletem a realidade. A verdade é que, ao focar exclusivamente na Europa, pode-se desviar a atenção do potencial transformador dentro do próprio continente africano. A África possui uma riqueza cultural e recursos imensos que, se melhor aproveitados, poderiam criar oportunidades significativas e promover um desenvolvimento mais sustentável.

A verdadeira transformação vem da valorização e do fortalecimento das raízes culturais e do desenvolvimento interno. Em vez de buscar soluções fora do continente, é vital investir na própria terra, promovendo um futuro que respeite e aproveite as riquezas locais. Assim, ao abandonar o desejo de viver na Europa e direcionar o foco para o desenvolvimento local, os africanos podem construir um futuro mais promissor e autêntico.

Não se esqueça de que:

Os africanos e africanas na diáspora são descendentes dos africanos escravizados espalhados pelo mundo.

Ser afro-brasileiro é ser um africano sem memória e um brasileiro sem privilégio algum.

Wanderson Dutch.

Wanderson Dutch

Wanderson Dutch

Wanderson Dutch é escritor, dancarino, produtor de conteúdo digital desde 2015, formado em Letras pela Faculdade Capixaba do Espírito Santo (Multivix 2011-2014) e pós-graduado pela Faculdade União Cultural do estado de São Paulo (2015-2016).
Vasta experiência internacional, já morou em Dublin(Irlanda), Portugal, é um espírito livre, já visitou mais de 15 países da Europa e atualmente mora em São Paulo.
É coautor no livro: Versões do Perdão, autor do livro O Diário de Ayron e também de Breves Reflexões para não Desistir da Vida.

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