Muitos acham exagero quando nós falamos em “holocausto palestino”, mas as barbaridades que estão acontecendo na Faixa de Gaza não permitem outros termos. Craig Mokhiber, diretor do Escritório do Alto Comissariado para os Direitos Humanos da ONU em Nova York, recentemente deu um testemunho chocante que lança luz sobre a dimensão alarmante da situação.
Mokhiber, que viveu na região e trabalhou na área de direitos humanos para as Nações Unidas nos anos 1990, não hesitou em declarar que Gaza é um caso clássico de genocídio. Suas palavras carregam um peso extraordinário, vindo de alguém com experiência direta na região.
Mais perturbador ainda, ele apontou o dedo diretamente para os Estados Unidos, o Reino Unido e os países europeus, acusando-os de darem cobertura política e diplomática às “atrocidades” cometidas por Israel. Essa acusação ecoa a responsabilidade global no apoio a ações que levam à morte de milhares de palestinos, incluindo mais de 3 mil crianças, desde outubro de 2023, de acordo com a ONU.
Ao denunciar a inação da ONU em evitar genocídios, Mokhiber lançou um desafio angustiante: “Alto Comissário, estamos falhando novamente”. Essa declaração deve ser um alerta para o mundo inteiro.
A carta de Mokhiber, enviada ao chefe dos direitos humanos da ONU em Genebra, é um apelo à ação urgente. É uma chamada para que todos nós, como membros da comunidade global, questionemos a cumplicidade de nossos próprios governos e exijamos justiça para as vítimas na Faixa de Gaza.
Aposentando-se de sua posição, Mokhiber deixa para trás um testemunho corajoso que não deve ser ignorado. O genocídio em Gaza é uma mancha em nossa consciência coletiva, e é hora de questionar o apoio internacional que permite que ele continue.
Não nenhuma guerra acontecendo.
Nelson Mandela foi, indiscutivelmente, uma figura notável na luta por direitos humanos e justiça. Sua citação marcante de que “nós sabemos que a nossa liberdade não está completa sem a liberdade dos palestinos” ecoa até os dias atuais, recordando-nos de que as lutas por liberdade e justiça transcendem fronteiras e devem ser compartilhadas por todos.
A homenagem a Nelson Mandela em Ramallah, em 2016, destaca a importância de sua defesa pública da causa palestina. Mandela, que experimentou em primeira mão o impacto devastador do apartheid na África do Sul, entendia profundamente a natureza corrosiva da opressão e a necessidade de solidariedade internacional.
É crucial esclarecer a realidade do conflito entre Israel e Palestina. De fato, é enganador rotular esse conflito como uma “guerra”. Os palestinos enfrentam uma situação desigual, confrontando um estado sionista altamente armado, equipado com tecnologia e financiamento substancial proveniente dos Estados Unidos, do Reino Unido e de países europeus.
A disparidade de poder entre Israel e Palestina é impressionante e impossível de ser ignorada. Os palestinos enfrentam restrições na mobilidade, falta de acesso a recursos básicos e, em muitos casos, violações sistemáticas de seus direitos. O que é descrito como um “conflito” é, em muitos aspectos, uma manifestação de opressão sistêmica.
A luta pelo reconhecimento dos direitos dos palestinos é um apelo à justiça e à igualdade. Como Mandela enfatizou, a liberdade de um povo está inextricavelmente ligada à liberdade de todos. É um chamado para questionar o apoio internacional que perpetua a injustiça e a violência na região e, em vez disso, trabalhar para uma solução que respeite os direitos e a dignidade de todos os envolvidos.
A mensagem de Nelson Mandela é um lembrete poderoso de que a solidariedade global é fundamental na luta por um mundo mais justo, onde todas as pessoas possam desfrutar de liberdade e igualdade.
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Wanderson Dutch.