Em uma medida que chocou a comunidade internacional, o governo turco implementou uma política que impede mulheres solteiras com menos de 25 anos de agendar consultas ginecológicas, exceto em casos de gravidez. A decisão, veiculada através do Sistema Central de Marcação de Consultas Médicas (MHRS), exige que essas mulheres estejam casadas para acessar cuidados ginecológicos, uma prática que tem sido amplamente criticada por especialistas e defensores dos direitos humanos.
A Associação Médica Turca (TTB) condenou veementemente a medida, afirmando que o acesso igualitário e não discriminatório à saúde é um direito fundamental. Especialistas alertam que tal restrição pode levar jovens mulheres a ocultar sintomas ou doenças, colocando em risco não apenas sua saúde individual, mas também a saúde pública em geral.
O especialista em doenças infecciosas Levent Doganci destacou que negar cuidados médicos com base no estado civil viola os direitos humanos e a ética médica, podendo ser considerado crime segundo o Código Penal turco. Ele enfatizou que qualquer pessoa com mais de 18 anos é legalmente adulta e que sua vida sexual não deve estar sujeita à supervisão externa.
Essa política reacendeu críticas ao Partido da Justiça e Desenvolvimento (AKP), no poder, acusado de tentar islamizar gradualmente o modo de vida na Turquia, um país oficialmente laico. A medida é vista como mais um passo na erosão dos direitos das mulheres e na imposição de normas morais conservadoras sobre a sociedade turca.
A restrição ao acesso a cuidados ginecológicos para mulheres solteiras com menos de 25 anos na Turquia representa uma grave violação dos direitos humanos e da autonomia corporal. É imperativo que a comunidade internacional e os defensores dos direitos das mulheres se mobilizem contra essa política discriminatória, exigindo sua revogação imediata e a garantia de acesso igualitário à saúde para todas as mulheres, independentemente de seu estado civil ou idade.