A primeira coisa a fazer é se informar com fontes seguras e confiáveis, estudar a história de como ocorreu o sequestro dos africanos é o mínimo. Racismo é um problema criado por pessoas brancas. É necessário entender isso para além do âmbito do senso comum.
O Brasil tem uma história marcada pela colonização europeia, escravidão africana e opressão sistemática de pessoas negras. O racismo estrutural foi instaurado ao longo dos séculos, deixando cicatrizes profundas na sociedade. Portanto, é imperativo que pessoas brancas busquem compreender essa história, reconhecendo o papel central que tiveram na criação e manutenção desse sistema.
Uma vez que se compreende o legado do racismo e o privilégio branco, a próxima etapa é agir de maneira concreta. Isso inclui apoiar e promover a igualdade racial em todos os aspectos da vida. No local de trabalho, é importante defender políticas de inclusão e equidade. Na vida cotidiana, é essencial intervir em situações de racismo e discriminação, mesmo quando isso pode ser desconfortável.
Ouvir e aprender com pessoas negras é uma maneira poderosa de contribuir para a luta antirracista. Suas experiências e perspectivas são inestimáveis. Além disso, é fundamental amplificar suas vozes e se posicionar como aliado em sua busca por justiça.
A conscientização e o compromisso antirracista não devem ser esforços pontuais, mas sim uma jornada contínua. A luta contra o racismo é uma responsabilidade de todos, e pessoas brancas desempenham um papel fundamental em desmantelar esse sistema de opressão que afeta tantas vidas no Brasil.
Privilégios não são direitos.
Pessoas brancas frequentemente costumam pensar que os privilégios que elas recebem da sociedade são direitos. No entanto, é crucial distinguir entre privilégios e direitos, especialmente no contexto da luta antirracista.
Os privilégios são vantagens não merecidas que pessoas desfrutam devido à sua cor, gênero, orientação sexual, classe social ou outras características. No caso de pessoas brancas, o privilégio branco é muitas vezes imperceptível, pois é a norma na sociedade. Isso pode levar à falsa crença de que esses benefícios são direitos inalienáveis.
É fundamental entender que direitos são garantias fundamentais e universais que todas as pessoas merecem, independentemente de sua raça ou origem. Direitos incluem a igualdade perante a lei, a liberdade de expressão, a educação, a saúde e a dignidade. Privar alguém desses direitos com base na raça é injusto e moralmente indefensável.
Quando pessoas brancas reconhecem seus privilégios como exatamente isso – privilégios, e não direitos -, podem começar a contribuir para a luta antirracista de maneira mais eficaz. Isso envolve usar esses privilégios para desafiar o racismo e a desigualdade, ampliar as vozes das comunidades marginalizadas e trabalhar para criar uma sociedade mais justa e igualitária.
5 Dicas de Documentários e Filmes para Abordar Temas de Racismo e Privilégio Branco
1. “13th” (2016) – Dirigido por Ava DuVernay
Este documentário provocador examina o sistema prisional dos Estados Unidos e sua conexão com o racismo sistêmico. “13th” explora como a 13ª Emenda da Constituição dos EUA, que aboliu a escravidão, ainda permite a subjugação de pessoas negras através do sistema de justiça criminal.
2. “Eu Não Sou Seu Negro” (2016) – Dirigido por Raoul Peck
Baseado em um manuscrito inacabado de James Baldwin, este documentário oferece uma reflexão profunda sobre a história da luta pelos direitos civis nos Estados Unidos e a persistência do racismo. Através das palavras de Baldwin, o filme lança luz sobre questões atuais.
3. “Vidas Negras” (“Black Lives Matter: A Palavra de Ordem é Igualdade”) (2020) – Dirigido por Yance Ford
Este documentário curto é uma introdução acessível ao movimento Black Lives Matter. Ele destaca as vozes de ativistas e acadêmicos que explicam o contexto e a importância dessa luta por igualdade racial.
4. “Histórias Cruzadas” (“The Help”) (2011) – Dirigido por Tate Taylor
Este filme baseado no livro de Kathryn Stockett narra a história de empregadas domésticas negras no sul dos Estados Unidos durante os anos 1960. Embora seja uma obra de ficção, “Histórias Cruzadas” aborda questões de raça, classe e privilégio de forma envolvente.
5. “Olhos que Condenam” (“When They See Us”) (2019) – Criado por Ava DuVernay
Esta minissérie dramática retrata o caso dos Cinco do Central Park, cinco jovens negros injustamente condenados por um estupro que não cometeram. “Olhos que Condenam” é uma obra poderosa que ilustra a injustiça racial no sistema de justiça criminal dos Estados Unidos.
Assistir a esses filmes e documentários pode proporcionar uma compreensão mais profunda das questões de racismo e privilégio branco, estimulando reflexões e conversas significativas sobre como criar sociedades mais justas e igualitárias.
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Por: Wanderson Dutch.