1984: George Orwell e o poder da ignorância na manutenção do ‘status quo

Eu publiquei esse texto alguém anos atrás e gostaria de trazer uma versão dele um pouco mais estendida, pois nada mudou, na verdade tudo piorou.  Vamos lá, vou começar com um pensador que eu gosto muito.
Ao afirmar que o mundo é péssimo, José Saramago nos leva a questionar o significado da vida em um contexto onde o sofrimento e a injustiça prevalecem na realidade de milhões de pessoas. A partir dessa perspectiva, é natural que surjam sentimentos de desesperança e desânimo, uma vez que parece haver pouca esperança de mudança.

É importante lembrar que a visão de Saramago não é uma mera expressão de pessimismo de ter um olhar ruim para a vida, mas sim uma reflexão profunda sobre a condição humana e as complexidades do mundo em que vivemos. Suas obras literárias, que muitas vezes desafia as convenções sociais e questiona as instituições políticas e religiosas, é uma prova disso.

Ao se perguntar “que diabos vem a ser isto?” Em uma entrevista concedida para Bruna Lombardi em seu canal no YouTube, Saramago está desafiando a ideia de que o mundo é uma entidade clara e definida, sugerindo que há mais complexidade e incerteza do que gostaríamos de admitir. Ele está questionando a nossa capacidade de compreender plenamente o mundo e de encontrar sentido na vida.

Embora possa parecer um pensamento sombrio, a reflexão de Saramago nos lembra da importância de buscar significado e propósito em nossas vidas, mesmo quando o mundo ao nosso redor parece caótico e sem sentido. É um convite para refletir sobre nossas crenças e valores, e para buscar maneiras de contribuir para a construção de um mundo melhor, mesmo diante das adversidades.

 

Vivemos em uma era onde a informação flui em uma velocidade vertiginosa, e a sociedade está cada vez mais baseada em conhecimento. Mas, paradoxalmente, a escravidão ainda existe nos  tempos atuais. Contudo, ela não é mais baseada na coerção e na força, mas no controle do pensamento. A manipulação e a alienação têm se tornado as principais armas para transformar os indivíduos em autômatos incapazes de escrever suas próprias histórias.

Pode-se dizer que a capacidade de refletir criticamente sobre a vida é o que determina, em grande medida, a nossa liberdade. No entanto, muitas pessoas parecem recusar-se a repensar suas crenças, valores e opiniões políticas. Talvez o medo seja um dos motivos desse comportamento. Ou talvez seja algo mais profundo, como a falta de coragem de assumir que estamos errados.

Sigmund Freud uma vez afirmou que a nossa civilização é em grande parte responsável pela nossa tragédia. Ele sugeriu que seríamos muito mais felizes se retornássemos às condições primitivas. No entanto, isso é algo impossível, e precisamos encontrar outras maneiras de lidar com a sociedade em que vivemos.

Se uma pessoa está presa em círculos de pensamentos repetitivos que não são seus, ela se torna um mero reprodutor de um discurso que lhe é passado pelas relações sociais. Isso a impede de ser livre e a torna um escravo do sistema vigente, adaptado à servidão voluntária. É como se essas pessoas tivessem medo de escrever suas próprias histórias, preferindo viver na sombra de um enredo que lhes é imposto.

George Orwell, o grande crítico social, afirmou que uma sociedade hierárquica só é possível na base da pobreza e da ignorância. Infelizmente, essa é uma realidade que ainda se faz presente em muitos lugares do mundo. Por isso, é importante lutar contra a manipulação e o controle do pensamento para evitar que sejamos mantidos na pobreza e na ignorância. Devemos exercer nossa liberdade de pensamento e de expressão para garantir o nosso direito de escrever nossas próprias histórias.

Na sociedade do conhecimento e da informação instantânea, o aprisionamento dos indivíduos, não funciona como outrora, baseada na coerção e na força, mas no controle do pensamento(nas estratégias de manipulação), alienando o indivíduo e transformando-o em um autômato incapaz de escrever uma linha da sua vida com suas próprias mãos. A burguesia dominante cria amarras invisíveis, a fim de que os indivíduos se mantenham subjugados sem que percebam a prisão que os envolve.

Essa cegueira social, como é bem representada no livro “O Ensaio sobre a Cegueira de Jose Saramago“, se dá em virtude da falta de reflexão crítica que os indivíduos possuem, de modo que se torna muito fácil controlá-los à realidade que os dominantes julgam como necessária à manutenção do famosos status quo.

Desta maneria, “magicamente” a realidade passa a ser construída pelos detentores do poder nas relações de força na sociedade; de maneira que ela seja modificada e ajustada de acordo com os interesses do momento. Os “prole”, (termo de George Orwell ) apenas aceita a verdade imposta, ainda que esta seja contraditória e vise à manutenção das discrepâncias sociais.

Como livrar-se da dominação ?

A primeira coisa a fazer é reconhecer que há um sistema que deseja continuar com o poder e com a velha lógica de dominação em massa. Não se trata de uma teoria da conspiração. Essa realidade existe. É preciso estudar com seriedade para não confundir com teorias exageradas como os iluminatis e a nova ordem mundial. Seja prudente! Questione tudo e retenha somente aquilo que for coerente.

O controle do pensamento em massa se dá mais eficaz, visto que inexistindo uma coerção física para os que se afastam da linha, há um trabalho muito mais forte de sedução, para que voluntariamente os indivíduos tornem-se servos e abdiquem do seu direito de pensar. A falsa ideia de que existe um salvador para solucionar os problemas de uma nação é bem antiga, e muitas pensam ainda compram essa mentira, como se fosse uma verdade.

A grande maioria está totalmente adequada ao sistema, como podemos ver em Matrix. Todos vivendo felizes em sua ignorância. Vivendo vidas mecânicas, são incapazes de questionar a realidade de sua própria existência e escravidão.

. Ainda que as condições sejam difíceis e complexas, principalmente para quem mora no Brasil, existe a possibilidade de não se condicionar a esse sistema opressor. Contudo, cada vez mais facilmente as pessoas têm aceitado as crenças contraditórias da classe dominante, permanecendo imersas na sua pobreza e ignorância, mesmo que não percebam ou não queiram perceber a venda nos seus olhos.

Quando aprendermos, como diz “o profeta Geroge Orwell“, que a verdade não é questão de estatística, seremos seres pensantes e como indivíduos capazes de produzir o próprio conhecimento, mas verdade seja dita: “Quantas verdades você consegue suportar?” “Você se adaptou a uma sociedade doente ou você é um doente que não sabe que está enfermo?”

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Wanderson Dutch

Wanderson Dutch

Wanderson Dutch é escritor, dancarino, produtor de conteúdo digital desde 2015, formado em Letras pela Faculdade Capixaba do Espírito Santo (Multivix 2011-2014) e pós-graduado pela Faculdade União Cultural do estado de São Paulo (2015-2016).
Vasta experiência internacional, já morou em Dublin(Irlanda), Portugal, é um espírito livre, já visitou mais de 15 países da Europa e atualmente mora em São Paulo.
É coautor no livro: Versões do Perdão, autor do livro O Diário de Ayron e também de Breves Reflexões para não Desistir da Vida.

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