O Rei Leopoldo II da Bélgica governou de 1865 até sua morte em 1909. No entanto, seu legado é manchado por um período de 23 anos em que ele foi o comandante do Estado Livre do Congo, de 1885 a 1908. Durante esse tempo, Leopoldo II foi responsável por um dos maiores genocídios da história da humanidade, matando mais de 15 milhões de africanos.
Ao estabelecer o Estado Livre do Congo, Leopoldo II comprou o país inteiro e o transformou em sua plantação pessoal. Ele explorou seus recursos e serviços usando trabalho escravo, mantendo seu reinado através de campos de trabalho, mutilações corporais, torturas, execuções e de seu próprio exército privado. Para esconder suas transações comerciais e sua exploração do povo congolês, ele usou medidas “filantrópicas” e “científicas” sob o nome da Associação Internacional Africana.
Surpreendentemente, Leopoldo II é amplamente ignorado pela história. A maioria de nós não é ensinada sobre ele na escola e raramente ouvimos sobre ele na mídia. Ele não é mencionado nas narrativas de opressão amplamente repetidas que incluem o Holocausto durante a Segunda Guerra Mundial. Leopoldo II é parte da longa história de colonialismo, imperialismo, escravidão e genocídio na África que muitas vezes é deixada de fora dos currículos escolares. Falar sobre genocídios na África cometidos por monarcas capitalistas europeus não é prioridade em uma sociedade capitalista.
A defesa do reinado de terror de Leopoldo II foi ridicularizada por Mark Twain em sua sátira “King Leopold’s Soliloquy; A Defense of His Congo Rule” [Solilóquio do Rei Leopoldo; Uma defesa de seu mando no Congo]. Twain usou as próprias palavras de Leopoldo para ridicularizar sua defesa. A leitura tem apenas 49 páginas e é uma maneira importante de aprender mais sobre um dos maiores genocídios da história.
A história de Leopoldo II e sua opressão no Congo são um lembrete sombrio da necessidade de reconhecer e aprender com os erros do passado. Não podemos ignorar genocídios na África e devemos continuar a educar as pessoas sobre a exploração colonial e imperialista que ocorreu em todo o mundo.
A omissão do Genocídio Congolês na página “Genocídios da História” da Wikipédia é mais um exemplo da forma como a narrativa da supremacia branca domina a história. Embora a página faça menção ao Congo, a referência é apenas a incidentes regionais de canibalismo e escravidão, sem mencionar o homem branco responsável por transformar o Congo em sua plantação pessoal, campo de concentração e ministério cristão, que resultou na morte de 10 a 15 milhões de pessoas congolesas.
Essa omissão é particularmente preocupante porque permite que histórias falsas sobre a inumanidade das pessoas africanas sejam perpetuadas e entrem nos registros históricos. Enquanto isso, o homem branco responsável pelo genocídio no Congo permanece anônimo e impune, sem seu nome sendo lembrado como um símbolo do mal.
A história mostra que quando se trata de genocídios perpetrados por líderes brancos, a narrativa é muitas vezes convenientemente ignorada ou esquecida. O Holocausto de Hitler é amplamente conhecido e é lembrado como um dos piores crimes da história, mas o genocídio no Congo, que matou mais de dez milhões de pessoas, é quase desconhecido.
A história deve ser contada de forma objetiva e justa, e isso inclui reconhecer a verdadeira escala e impacto do genocídio no Congo. É hora de a página “Genocídios da História” da Wikipédia ser atualizada para incluir o Genocídio Congolês e para garantir que a verdadeira história do sofrimento humano seja contada, independentemente da raça ou nacionalidade do perpetrador.
O genocídio do Congo liderado pelo Rei Leopoldo II da Bélgica é um exemplo marcante. Durante seu reinado como monarca constitucional da Bélgica, ele transformou o país inteiro em sua plantação pessoal com escravos, usando o trabalho escravo para extrair recursos e serviços congoleses. Estima-se que mais de 15 milhões de africanos tenham morrido em decorrência de seu regime de terror. No entanto, a história raramente o retrata como um monstro comparável a Hitler.
Isso nos leva a questionar por que alguns genocídios são lembrados de maneira mais enfática do que outros. A resposta está na construção social da narrativa de supremacia branca, que valoriza a vida e a morte dos europeus brancos em detrimento de outras raças e etnias.
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Wanderson Dutch