De acordo com o Intercept Brasil, o jurista e professor de Direito da USP (Universidade de São Paulo) Alysson Mascaro enfrenta graves acusações de assédio e abuso sexual feitas por alunos e ex-alunos. Os relatos indicam que os supostos crimes teriam ocorrido entre 2006 e o início de 2024, incluindo condutas como beijos forçados e até estupro.
As vítimas, todas do sexo masculino e com idades entre 24 e 28 anos, afirmam que foram atraídas pelo professor por meio de promessas de apoio profissional. Segundo os depoimentos, Mascaro costumava enfatizar sua influência nos bastidores do meio jurídico para coagir e intimidar os jovens, impedindo-os de denunciar os abusos.
Um padrão preocupante emerge nas denúncias: a maioria das vítimas relata ter conhecido o professor no Grupo de Pesquisa Crítica do Direito e Subjetividade Jurídica, vinculado ao Departamento de Filosofia e Teoria Geral do Direito da USP. Durante a pandemia de covid-19, em 2020, as atividades do grupo migraram para o formato online, o que ampliou o alcance do professor e atraiu estudantes de fora de São Paulo. Foi nesse contexto que Mascaro teria conhecido grande parte dos jovens que agora o acusam.
Entre os relatos, há o caso de uma vítima que afirma ter sido abusada ao longo de dois dias em 2022, após ser convidada pelo professor a se hospedar em sua casa em São Paulo. Na ocasião, o professor teria alegado possuir contatos de alto escalão no Supremo Tribunal Federal (STF) e no Ministério Público (MP) como forma de exercer poder e controle sobre o aluno.
Além disso, os denunciantes apontam que colegas e pessoas próximas ao professor dentro da Faculdade de Direito da USP estariam cientes de seu comportamento, mas teriam se omitido. Há ainda acusações de que integrantes do grupo de pesquisa liderado por Mascaro apagavam comentários nas redes sociais que insinuavam casos de assédio envolvendo o professor.
As denúncias destacam um padrão de abuso sustentado pelo uso de poder e influência no meio acadêmico, levantando questões sobre a cumplicidade de outros membros da instituição e os mecanismos de proteção às vítimas. A repercussão do caso exige respostas contundentes tanto da USP quanto das autoridades competentes.