Desde os tempos antigos, o Islamismo e o Cristianismo moldaram o tecido cultural e moral de vastas regiões do mundo, impondo dogmas rígidos e preceitos que, ao longo da história, têm sido fonte de discriminação e violência. No contexto africano, essas influências se entrelaçaram com tradições locais, muitas vezes exacerbando a intolerância em relação à diversidade sexual.
O Islamismo, introduzido na África por meio de rotas comerciais e conquistas militares, trouxe consigo uma moralidade que, em nome da tradição, marginalizou e criminalizou aqueles que divergiam das normas heteronormativas. A interpretação estrita da Sharia em muitos países africanos continua a justificar a perseguição aos homossexuais, legitimando punições severas que vão desde prisão até pena de morte.
Da mesma forma, o Cristianismo, difundido por missionários europeus durante o período colonial, impôs uma visão moral que condenava a homossexualidade como um pecado abominável. Em muitos países africanos, leis baseadas em princípios cristãos continuam a criminalizar atos homossexuais, refletindo uma profunda influência que persiste mesmo após a independência política.
Ambas as religiões têm sido utilizadas como justificativa para políticas discriminatórias e violações dos direitos humanos, perpetuando um ciclo de intolerância e repressão que se alastra pelas estruturas sociais e políticas africanas. A resistência a mudanças progressistas é frequentemente enraizada na interpretação literal dos textos sagrados, ignorando o contexto histórico e cultural dinâmico das sociedades africanas.
Assim, a influência massiva dos dogmas e preceitos do Islamismo e do Cristianismo na África não apenas limitou as liberdades individuais, mas também perpetuou um ambiente onde a diversidade sexual é sistematicamente marginalizada e perseguida. Enquanto líderes políticos e religiosos continuarem a instrumentalizar essas crenças para consolidar seu poder e controle sobre as populações, a luta por uma sociedade verdadeiramente inclusiva e respeitosa para todos os seus cidadãos permanecerá um desafio constante.
No contexto atual de persistente discriminação contra a homossexualidade em muitos países, especialmente na África, a falta de ídolos e a descrença em um Salvador da pátria tornam-se posturas pertinentes. Em um cenário onde líderes como o capitão Ibrahim Traoré, de Burkina Faso, impõem restrições severas às liberdades individuais, incluindo a proibição de canais de televisão que “promovam” a homossexualidade, observamos um preocupante retrocesso nos direitos humanos fundamentais.
Essas políticas não apenas violam os princípios básicos de liberdade de expressão, mas também perpetuam um ambiente de intolerância e discriminação. Em muitos países africanos, a homossexualidade continua sendo criminalizada, refletindo um triste panorama de retrocesso social e cultural.
Recentemente, países como Gana e Uganda intensificaram suas leis contra a homossexualidade, ignorando completamente o sofrimento humano e impedindo indivíduos de amar livremente quem escolhem. Tais medidas não só privam pessoas de sua dignidade básica, mas também perpetuam um ciclo de medo e repressão que impede qualquer avanço social significativo.
A aliança de Ibrahim Traoré com a Rússia, conhecida por suas políticas homofóbicas e autoritárias, evidencia um desvio dos princípios de igualdade e inclusão que são essenciais para uma sociedade verdadeiramente justa e democrática. É lamentável ver líderes africanos adotando políticas regressivas que não apenas falham como líderes políticos, mas também como defensores dos direitos humanos universais.
Em resumo, diante desses desafios, é crucial manter uma postura crítica e vigilante, sem idolatrias ou esperanças em salvadores da pátria, mas sim buscando promover um ambiente onde todos os indivíduos possam viver com dignidade e liberdade.