O primeiro filosófico e escritor do mundo era um homem negro

Antes de mergulharmos em qualquer análise, é crucial afirmar com veemência: o primeiro filósofo e escritor do mundo era um africano! Ptahhotep, também conhecido como Ptahhotpe ou Ptah-Hotep, não só desempenhou um papel vital no Antigo Egito, mas sua herança filosófica ressoa como um tributo inegável à riqueza intelectual africana.

Nascido durante o final do século 25 a.C. e início do século 24 a.C., Ptahhotep foi além de ser um mero funcionário administrativo; ele foi o administrador da cidade e o primeiro-ministro (vizir) durante o reinado do faraó Djedkaré Isesi, marcando a V Dinastia entre 2380 e 2342 a.C. Seu legado foi continuado por seu filho Akhethotep, também um notável vizir, e ambos descansam na prestigiosa necrópole de Saqqara, compartilhando honras com os grandes faraós.

O túmulo de Ptahhotep, adornado com representações vívidas de sua administração da cidade, destaca-se na necrópole ao norte de Saqqara. Seu neto, Ptahhotep Tshefi, contemporâneo do reinado de Unas, encontrou repouso na mastaba de seu pai, reforçando a continuidade do legado dessa notável linhagem.

Em idade avançada, Ptahhotep expressou ao faraó seu desejo de se retirar do cargo de vizir, uma transição habitual na sociedade egípcia, onde a sucessão profissional entre pais e filhos era esperada. O faraó prontamente aceitou, e Ptahhotep dedicou-se a transmitir seus vastos conhecimentos sobre a vida a seu filho.

As máximas de Ptahhotep, gravadas no Papiro Prisse e descobertas pelo egiptólogo francês Émile d’Avennes no século XIX, oferecem uma visão íntima da ética egípcia. Com 37 máximas divididas em prólogo, ensinamentos e epílogo, o papiro destaca aspectos positivos e negativos do envelhecimento na sociedade egípcia antiga, tocando nas virtudes pacíficas de bondade, justiça, honestidade, moderação e autocontrole.

Em um panorama global da filosofia e da escrita, Ptahhotep emerge como um farol intelectual africano, cujo legado transcendental ilumina não apenas o Antigo Egito, mas reverbera como um testemunho poderoso do potencial intelectual da África. É imperativo reconhecer e celebrar este fato antes de explorarmos qualquer faceta de seu incrível legado.

As Máximas de Ptahhotep são um legado milenar que atravessa os tempos como um testemunho da sabedoria ancestral. Ptahhotep, vizir egípcio do século XXIV a.C., deixou um conjunto de princípios que transcende gerações, oferecendo orientações sábias para a conduta humana.

Essas máximas, como pilares de sabedoria, delineiam um código ético para a existência. Elas abordam a importância da prudência nas interações, a necessidade de paciência diante das adversidades e a valorização da benevolência nas relações interpessoais.

Ptahhotep, por meio desses ensinamentos, ilumina caminhos para uma vida equilibrada, ressaltando a importância da reflexão e do discernimento nas escolhas diárias. Esses ensinamentos atemporais representam um legado singular que transcende fronteiras temporais, oferecendo um guia para enfrentar desafios, cultivar relacionamentos significativos e viver com integridade.

Nas Máximas de Ptahhotep, encontramos não apenas palavras do passado, mas um farol que inspira a busca por uma vida de significado e compaixão, perpetuando assim a eterna essência da sabedoria humana.

Sim, o Antigo Egito era negro!

O Antigo Egito, maravilha dos tempos remotos, ainda ressoa em nossos imaginários como um ícone majestoso e poderoso. No entanto, muitas vezes relegamos ao silêncio o fato crucial: o Egito antigo era, incontestavelmente, africano e negro.

As referências históricas, até mesmo nos escritos bíblicos, fazem alusão à grandiosidade dos egípcios, descrevendo-os como “povo alto e bronzeado”. Esta ênfase na estatura e no tom de pele não pode ser ignorada. Contudo, é crucial reafirmar: a civilização que tanto fascina e intriga não era exclusivamente branca; ela também exibia a pigmentação negra.

A desinformação sobre essa faceta fundamental do Egito antigo persiste, enraizada em diferentes veículos culturais, desde produções cinematográficas até novelas televisivas, retratando seus habitantes com traços europeus. Até mesmo trabalhos acadêmicos negligenciaram por muito tempo essa conexão africana, negligenciando o fato de que o Egito estava intrinsecamente ligado ao contexto do continente.

Quando mencionamos a relação com o “contexto africano”, estamos apontando para uma teia complexa de interações entre diferentes povos, uma tapeçaria cultural tecida com as influências de várias civilizações africanas.

É imprescindível resgatar essa verdade negligenciada e reconhecer a verdadeira complexidade e diversidade que permeava o Egito antigo. Recontar a história do Egito é também reconhecer sua ligação com suas raízes africanas, desfazendo mitos e oferecendo um olhar mais autêntico e inclusivo sobre uma das maiores civilizações da história humana.

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Por: Wanderson Dutch.

Wanderson Dutch

Wanderson Dutch

Wanderson Dutch é escritor, dancarino, produtor de conteúdo digital desde 2015, formado em Letras pela Faculdade Capixaba do Espírito Santo (Multivix 2011-2014) e pós-graduado pela Faculdade União Cultural do estado de São Paulo (2015-2016).
Vasta experiência internacional, já morou em Dublin(Irlanda), Portugal, é um espírito livre, já visitou mais de 15 países da Europa e atualmente mora em São Paulo.
É coautor no livro: Versões do Perdão, autor do livro O Diário de Ayron e também de Breves Reflexões para não Desistir da Vida.

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