“Não existe isso de psicopata recuperado”, diz Gloria Perez sobre o assassino de sua filha

O caso já conhecido nacionalmente, e tomou atenção novamente quando foi Guilherme ter sido consagrado pastor pelo seguindo da Igreja Batista da Alagoinha e também ter seu livro divulgado no meio evangélico.

Para a autora e escritora Gloria Perez, os assassinos confessos de sua filha – Guilherme de Pádua e Paula Thomaz – não são capazes de se regenerar, tampouco de gerar recuperar moralmente após o que fizeram.

“É claro que as pessoas podem ser recuperadas. Mas isso não inclui os psicopatas. Não se tem notícia de psicopata recuperado. E Paula e Guilherme são psicopatas de carteirinha.”

Em depoimento que circula na imprensa, Gloria explicou ainda o porquê dos dois não terem dado depoimento para a série Pacto Brutal, que está disponível do HBO Max:

“O que eles disseram para se defender, antes e durante o julgamento, está na série. Ouvi-los agora para quê? Para perguntar como estão passando? Não faz sentido dar palco a psicopata.”

Precisamso ressaltar aqui que a ideia do documentário não foi de Gloria Perez. Ainda assim, ela foi procurada pela diretora Tatiana Issa, que assegurou que faria um trabalho sem sensacionalismo.

“A história não está sendo recontada: está sendo contada – é a primeira vez que se dá voz aos autos do processo que condenou os dois assassinos por homicídio duplamente qualificado”, explicou.

Gloria Perez também disse que não acredita que o crime tenha sido um feminicídio.

“A motivação dos dois é muito clara: redução de personagem, inveja, vingança. O fato de ser mulher importou para o tratamento que a imprensa deu ao assassinato. Como bem diz meu filho: se um homem é encontrado espancado e apunhalado 18 vezes num local de desova, a pergunta é: quem jogou ele lá? Quando se trata de uma mulher, não falta quem especule: o que ela foi fazer lá?”

Na última quarta-feira, 17, o programa Pânico da Jovem Klan, recebeu Eri Johnson e Ilana Casoy, participantes do documentário sobre o assassinato de Daniella Perez. Em entrevista, o ator, que também fez parte da novela “De Corpo e Alma”,  lembrou de maneira critica a forma como as revistas da época lidaram com a morte da atriz.

“A imprensa foi muito culpada em relação a isso, ficou estampando fotos deles em revistas. Isso foi uma tremenda sacanagem. O fato é que quando o diretor fala ‘valeu’, acabou a cena. O que existe foi um monstro, covarde e otário que assassinou uma menina”

“Esse cara, hoje, dificilmente vai andar na rua sem olhar para os lados. Hoje a gente pôde resgatar a covardia que esse cara cometeu e ele está incomodado. No caso desse assassino, ele vai ser sempre reconhecido como um monstro, covarde e fraco. Nem posso falar o que gostaria que acontecesse com ele, não cabe a mim.” Concluiu.

É Brasil, este é o novo normal: a naturalização do absurdo e da barbárie.

 

Redação:

Wanderson Dutch.

Wanderson Dutch

Wanderson Dutch

Wanderson Dutch é escritor, dancarino, produtor de conteúdo digital desde 2015, formado em Letras pela Faculdade Capixaba do Espírito Santo (Multivix 2011-2014) e pós-graduado pela Faculdade União Cultural do estado de São Paulo (2015-2016).
Vasta experiência internacional, já morou em Dublin(Irlanda), Portugal, é um espírito livre, já visitou mais de 15 países da Europa e atualmente mora em São Paulo.
É coautor no livro: Versões do Perdão, autor do livro O Diário de Ayron e também de Breves Reflexões para não Desistir da Vida.

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