Mulher de 40 anos deu à luz ao 1º bebê concebido por uma IA.

Uma mulher de 40 anos, residente em Guadalajara (México), deu à luz ao que pode ser considerado o primeiro bebê concebido por meio de uma fertilização assistida totalmente automatizada, com auxílio de inteligência artificial (IA) e robótica. 

O que foi feito

O procedimento foi conduzido pela empresa de biotecnologia Conceivable Life Sciences, em parceria com a clínica Hope IVF Mexico, localizada em Guadalajara, e envolveu uso de sistema digitalmente controlado e remotamente operado de injeção intracitoplasmática de espermatozoide (ICSI). 

O sistema automatizou 23 etapas tradicionais da ICSI (que normalmente exige intervenção de embriologistas manuais) — desde a seleção do espermatozoide até sua injeção no óvulo. 

A paciente havia passado por tratamento anterior de fertilização in vitro (IVF) sem sucesso — apenas um óvulo maduro e nenhum embrião foram produzidos na tentativa anterior. 

No ciclo experimental, foram designados cinco óvulos para fertilização com o sistema automatizado e três óvulos foram utilizados como grupo-controle com ICSI manual. Dos cinco óvulos automatizados, quatro conseguiram fertilização normal; dos três no controle, todos foram fertilizados. 

Um embrião de alta qualidade, gerado pelo sistema automatizado, progrediu até a fase de blastocisto, foi transferido, resultando em gestação, curso normal da gravidez e nascimento de um menino saudável. 

Por que isso importa

Para os especialistas envolvidos, trata-se de um “marco” na tecnologia de reprodução assistida — a possibilidade de padronizar processos que, até agora, dependem muito da habilidade individual dos embriologistas. 

A inovação promete reduzir variabilidade, minimizar erros humanos, otimizar os tempos de procedimento e possivelmente ampliar o acesso a tratamentos de fertilidade. 

Limitações e questionamentos

Apesar dos resultados promissores, há ressalvas importantes:

  • O tempo médio por ovo no sistema automatizado foi de aproximadamente 9 minutos e 56 segundos — significativamente maior que o procedimento manual típico.  
  • Ainda é um estudo piloto, envolvendo poucas bolsas e com necessidade de investigação em maior escala para confirmar segurança, eficácia e reproducibilidade.  
  • Custos, logística, regulação e implicações éticas ainda exigem debate: até que ponto automatizar a reprodução humana entra no âmbito técnico, econômico ou mesmo filosófico da condição humana?

Impacto e futuro

Para casais que enfrentam infertilidade ou muitos ciclos de tentativa, essa tecnologia representa uma esperança adicional — uma alternativa, mais padronizada, de fertilização assistida. Além disso, se os custos diminuírem e os sistemas forem refinados, o modelo pode se tornar mais acessível. 

Do ponto de vista científico, abre-se uma nova era de “laboratórios de fertilização automatizados”, onde IA, robótica e reprodução humana se cruzam — com todas as possibilidades e também todos os dilemas.

Em resumo: o nascimento desse bebê não é apenas fruto de uma técnica inovadora — é uma banner-lembrança de que a fronteira entre tecnologia e vida se estreita cada vez mais. Mas o que essa fronteira significa para cada um de nós, para a sociedade e para a ética da procriação, está apenas começando a ser explorado.

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Wanderson Dutch

Wanderson Dutch

Wanderson Dutch é escritor, dancarino, produtor de conteúdo digital desde 2015, formado em Letras pela Faculdade Capixaba do Espírito Santo (Multivix 2011-2014) e pós-graduado pela Faculdade União Cultural do estado de São Paulo (2015-2016).
Vasta experiência internacional, já morou em Dublin(Irlanda), Portugal, é um espírito livre, já visitou mais de 15 países da Europa e atualmente mora em São Paulo.
É coautor no livro: Versões do Perdão, autor do livro O Diário de Ayron e também de Breves Reflexões para não Desistir da Vida.

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