Nos últimos anos, a polarização política no Brasil tem levado a um crescente distanciamento entre indivíduos, inclusive dentro do seio familiar. Infelizmente, em alguns casos, o que era para ser um lugar de acolhimento e respeito tornou-se tóxico, especialmente entre aqueles que se identificam com a ideologia bolsonarista.
A família bolsonarista, em muitos casos, tem se tornado um ambiente no qual opiniões divergentes não são toleradas e, pior ainda, reprimidas com violência verbal e até mesmo física. O presidente e seu partido político se tornaram mais do que meras ideias, mas uma espécie de dogma que deve ser defendido a todo custo, mesmo que isso signifique destruir relações familiares.
Lidar com uma família assim é extremamente desafiador, principalmente se as suas próprias convicções políticas são diferentes. A culpa, no entanto, não deve recair sobre aqueles que optam por se afastar desse ambiente tóxico. Na verdade, essa é uma decisão corajosa e necessária para a preservação da sua própria saúde mental e emocional.
Os laços sanguíneos são um dos fundamentos mais antigos e poderosos da humanidade. Desde o início dos tempos, as relações familiares têm sido a base da sociedade, um lugar de amor, proteção e segurança. No entanto, nem sempre esses laços garantem a construção de laços afetivos verdadeiros.
É comum associarmos a família com a ideia de afeto incondicional, mas nem sempre essa realidade corresponde à verdade. Muitas vezes, a proximidade genética não é suficiente para estabelecer uma conexão afetiva e emocional entre as pessoas.
Afinal, a construção de um relacionamento saudável e afetivo depende de muitos outros fatores, como o respeito mútuo, a confiança, a empatia e a capacidade de se colocar no lugar do outro. O simples fato de compartilharmos um sobrenome ou de termos um parentesco não garante a existência desses elementos.
Muitas vezes, as expectativas criadas em torno da família como um lugar de acolhimento e afeto são frustradas. A falta de comunicação, o desrespeito, a violência física e emocional, e outros comportamentos tóxicos podem destruir o relacionamento familiar e criar um ambiente de dor e sofrimento.
A saúde mental é um aspecto crucial da nossa vida, afetando diretamente nosso bem-estar físico, emocional e social. No entanto, muitas vezes, é negligenciada ou minimizada, especialmente quando a pessoa enfrenta problemas de saúde mental decorrentes de um ambiente tóxico que não pode se livrar.
O ambiente tóxico pode ser encontrado em diversos contextos, desde o ambiente familiar até o ambiente de trabalho, em que o indivíduo se sente preso e incapaz de sair, mesmo que isso possa prejudicar sua saúde mental. Essa situação pode levar a problemas como depressão, ansiedade, estresse, e até mesmo distúrbios alimentares.
Uma das alternativas para lidar com essa situação é buscar ajuda profissional, como psicólogos, psiquiatras, e terapeutas. Esses profissionais podem ajudar a pessoa a identificar os fatores do ambiente tóxico que estão afetando sua saúde mental e a desenvolver estratégias para lidar com esses problemas.
Outra alternativa é buscar apoio de amigos e familiares. Pessoas próximas que entendem a situação podem oferecer suporte emocional, encorajamento e ajuda prática para lidar com a situação. Mesmo em casos em que a pessoa não pode sair do ambiente tóxico, é possível criar um espaço seguro e saudável dentro desse ambiente com a ajuda de outras pessoas.
Famílias que muitas vezes são lideradas por figuras patriarcais autoritárias, impõem suas crenças e valores políticos aos membros mais jovens e vulneráveis da família. Eles desencorajam o pensamento crítico, a tolerância e a empatia, e muitas vezes fazem uso de linguagem violenta e intolerante para desqualificar aqueles que não compartilham de suas visões políticas.
Os membros da família que desafiam essas crenças são frequentemente rejeitados, ridicularizados e punidos. Isso pode levar a um ambiente familiar hostil, onde a pressão para conformidade pode causar ansiedade, estresse e até mesmo depressão.
Se você sofre em algum contexto opressivo, procure apoio profissional, existem terapia com preços sociais e até gratuitas nas universidades públicas de todo o Brasil!
Muito obrigado por ter lido!
Wanderson Dutch