Esquerda racista e o filme Judas e o Messias Negro

Os progressistas brancos frequentemente se colocam como líderes e porta-vozes dos movimentos antirracistas, acreditando que podem entender a dor e as necessidades das comunidades negras. No entanto, essa abordagem é, em última análise, problemática. A experiência do racismo é única para cada indivíduo e é profundamente enraizada na vivência de ser negro no Brasil. Nenhum progressista branco pode verdadeiramente compreender essa dor e essas experiências, e é arrogante assumir que podem.

Além disso, o progressismo branco muitas vezes não está disposto a abrir mão de seus próprios privilégios em prol da igualdade racial. Eles podem se declarar aliados, mas raramente estão dispostos a agir de maneira efetiva para combater as desigualdades sistêmicas que beneficiam os brancos em detrimento dos negros. Isso inclui a resistência em ceder espaços de poder e influência, como indicar uma ministra negra ao Supremo Tribunal Federal ou nomear negros para cargos de liderança.

Em suma, seja liderado por Lula ou por qualquer outro Brando, o progressismo da branquitude no Brasil muitas vezes é superficial, oportunista e incapaz de liderar efetivamente a luta contra o racismo. É crucial reconhecer que a libertação do racismo será uma obra dos próprios negros, que têm lutado incansavelmente por séculos para superar as barreiras impostas pelo sistema. O progressismo branco deve aprender a ser um verdadeiro aliado, ouvir, apoiar e seguir o liderança daqueles que realmente conhecem e vivenciam as complexidades do racismo no Brasil. Somente assim poderemos avançar em direção a uma sociedade mais igualitária e justa para todos.

Em um mundo onde a luta contra o racismo e a injustiça racial continua mais relevante do que nunca, o filme “Judas e o Messias Negro” emerge como uma obra poderosa e necessária. Esta é uma narrativa que transcende o entretenimento e se torna um convite à reflexão, à empatia e à ação.

Por que você deveria assistir ao Filme:

Judas e o Messias Negro.

O filme segue a história real de Fred Hampton, um jovem líder dos Panteras Negras que lutou incansavelmente pelos direitos civis e pela igualdade racial nos Estados Unidos durante os anos 60. Hampton personifica a esperança e a coragem em meio a um sistema que perpetuava a opressão racial de maneira sistemática. Sua trajetória inspiradora é trazida à vida de forma magistral, desafiando-nos a enfrentar as questões mais prementes de nossa sociedade.

Ao assistir a “Judas e o Messias Negro,” somos confrontados com a brutal realidade do racismo estrutural e da repressão violenta que os ativistas enfrentaram. O filme nos lembra que a luta por igualdade e justiça nunca foi fácil, mas sempre foi e continua sendo fundamental. E isso nos faz questionar: quanto progredimos desde então? Quanto ainda precisamos mudar?

Além disso, o filme nos força a examinar nosso próprio papel na luta contra o racismo. Ele nos lembra que ser “Judas” – aquele que trai a causa da igualdade em busca de ganhos pessoais – é uma escolha que não deve ser feita. Devemos ser aliados, não traidores, na luta por um mundo mais justo.

“Judas e o Messias Negro” também é uma celebração da resiliência e do poder da comunidade negra em face da adversidade. Ele nos mostra que a voz de um indivíduo pode ecoar e inspirar muitos, que a união é uma força imbatível e que a mudança é possível quando nos unimos por uma causa maior.

Em última análise, assistir a este filme é mais do que um simples entretenimento; é uma chamada à ação. Ele nos desafia a refletir sobre nossa sociedade, a reconhecer a persistência do racismo e a nos comprometermos a ser agentes de mudança. “Judas e o Messias Negro” é um lembrete de que a luta contra o racismo é uma jornada contínua, e cada um de nós tem um papel a desempenhar nessa luta. Portanto, não apenas assista a este filme, mas também leve suas mensagens para o mundo e contribua para um futuro mais igualitário e antirracista.

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Wanderson Dutch

Wanderson Dutch

Wanderson Dutch

Wanderson Dutch é escritor, dancarino, produtor de conteúdo digital desde 2015, formado em Letras pela Faculdade Capixaba do Espírito Santo (Multivix 2011-2014) e pós-graduado pela Faculdade União Cultural do estado de São Paulo (2015-2016).
Vasta experiência internacional, já morou em Dublin(Irlanda), Portugal, é um espírito livre, já visitou mais de 15 países da Europa e atualmente mora em São Paulo.
É coautor no livro: Versões do Perdão, autor do livro O Diário de Ayron e também de Breves Reflexões para não Desistir da Vida.

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