Em 2022, mais de 1,4 mil mulheres morreram vítimas de feminicídio

**Misógino, substantivo ou adjetivo, se refere à pessoa que nutre ódio, desprezo ou preconceito contra mulheres, com base em uma percepção inferiorizante ou de desvalorização do sexo feminino.**

O Brasil, infelizmente, enfrenta uma crise terrível de feminicídio. Em 2022, de acordo com o Fórum Brasileiro de Segurança Pública, 1.437 mulheres perderam suas vidas para essa forma extrema de violência de gênero. É alarmante que, em 73% dos casos, os autores desses crimes hediondos são companheiros ou ex-companheiros das vítimas, uma triste evidência do que se tornou um ciclo de violência de gênero.

As razões para o feminicídio são complexas, mas há alguns fatores cruciais em jogo. Em primeiro lugar, a perpetuação de normas de gênero tóxicas e uma cultura misógina contribuem para a desvalorização das mulheres, normalizando atitudes e comportamentos violentos. Isso cria um ambiente propício para o surgimento do feminicídio. Em segundo lugar, a falta de estruturas de apoio eficazes e de políticas públicas para prevenir e combater a violência de gênero agrava ainda mais o problema.

Um exemplo notório disso é a forma como as vítimas muitas vezes enfrentam obstáculos para denunciar a violência, seja por medo de retaliação, falta de apoio da comunidade ou a falta de recursos adequados para lidar com a situação. Essa relutância em denunciar ou procurar ajuda permite que o ciclo de violência persista.

A análise crítica do feminicídio no Brasil revela uma falha sistêmica e profunda na proteção dos direitos das mulheres. Além das vítimas diretas, crianças e adolescentes frequentemente sofrem com as consequências desse cenário trágico. Mais de 2.000 crianças e adolescentes se tornaram órfãos em 2022, deixados sem suas mães devido ao feminicídio, muitas vezes sob os cuidados de parentes ou em abrigos.

A resolução desse problema requer um esforço abrangente, que inclui educação sobre igualdade de gênero, desconstrução das normas de masculinidade tóxicas, implementação de políticas de proteção e assistência às vítimas, e punições efetivas para os agressores. Além disso, é crucial que a sociedade como um todo reconheça a gravidade do problema e se envolva na promoção de um ambiente seguro e respeitoso para todas as mulheres. A erradicação do feminicídio é uma responsabilidade coletiva que deve ser enfrentada com urgência e determinação.

Presidente Lula sanciona lei que cria pensão para filhos de mulheres vítimas de feminicídio.

A sanção da lei que cria uma pensão para filhos de mulheres vítimas de feminicídio é um passo importante em direção à proteção das vítimas e das crianças afetadas por essa violência de gênero. O benefício de um salário mínimo destinado a um grupo de filhos menores de 18 anos em situação de vulnerabilidade é um reconhecimento das complexas consequências do feminicídio.

O feminicídio não apenas tira a vida de mulheres, mas deixa famílias e crianças em situações difíceis e muitas vezes desamparadas. Essas crianças enfrentam desafios emocionais, financeiros e sociais significativos após a perda de suas mães. A nova lei visa fornecer algum apoio financeiro essencial, garantindo que essas crianças tenham pelo menos uma base econômica mínima para construir suas vidas.

No entanto, é importante destacar que, embora essa seja uma medida positiva, ela não resolve o problema do feminicídio por si só. A prevenção da violência de gênero, a promoção da igualdade de gênero e o combate à cultura misógina continuam sendo desafios fundamentais a serem enfrentados. A nova lei deve ser vista como parte de um esforço maior e contínuo para combater a violência de gênero e criar uma sociedade mais segura e justa para todas as mulheres.

Gostou? Compartilhe:

Wanderson Dutch.

Wanderson Dutch

Wanderson Dutch

Wanderson Dutch é escritor, dancarino, produtor de conteúdo digital desde 2015, formado em Letras pela Faculdade Capixaba do Espírito Santo (Multivix 2011-2014) e pós-graduado pela Faculdade União Cultural do estado de São Paulo (2015-2016).
Vasta experiência internacional, já morou em Dublin(Irlanda), Portugal, é um espírito livre, já visitou mais de 15 países da Europa e atualmente mora em São Paulo.
É coautor no livro: Versões do Perdão, autor do livro O Diário de Ayron e também de Breves Reflexões para não Desistir da Vida.

apoia.se