Cada pessoa habita sua própria bolha de percepção

Na vida real, o termo NPC (Non-Playable Character, ou Personagem Não Jogável) é frequentemente usado para descrever indivíduos que não demonstram pensamento crítico próprio, apenas reproduzem discursos e padrões estabelecidos pela sociedade, sem questionamento. Esses indivíduos agem de forma automatizada, seguindo comportamentos previsíveis e rígidos, como se estivessem programados dentro de uma realidade simulada.

A pesquisadora Dolores Cannon, através de sua técnica de hipnoterapia conhecida como QHHT (Quantum Healing Hypnosis Technique), introduziu um conceito semelhante ao chamar essas pessoas de “Backdrop People”—seres cuja função seria preencher o mundo e criar desafios para aqueles que despertaram para sua verdadeira natureza. Segundo suas pesquisas, nossa realidade seria como um jogo ou uma peça de teatro, onde alguns estão aqui para evoluir conscientemente e outros apenas para manter a estrutura da ilusão funcionando.

O que faz sentido pra caralho, não é mesmo?

A programação dos NPCs e a ausência de consciência própria

A teoria sugere que NPCs superam numericamente os “personagens jogáveis”, ou seja, aqueles que possuem consciência ativa e capacidade de co-criação da realidade. Alguns estudiosos do tema estimam que cerca de 80% da população mundial poderia ser composta por NPCs, funcionando dentro de padrões fixos de pensamento e comportamento.

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A principal característica de um NPC é sua incapacidade de sair do roteiro. Eles seguem narrativas estabelecidas sem questioná-las e, quando confrontados com informações que desafiam sua programação, tendem a reagir com desconforto, descrença ou simplesmente ignoram a nova perspectiva.

Para identificar um NPC, é possível observar certos padrões:

• Falta de questionamento sobre a realidade ao seu redor.
• Respostas automáticas e previsíveis a questões complexas.
• Dificuldade em considerar novas possibilidades fora da estrutura dominante.
• Reações defensivas ou desligamento emocional ao serem confrontados com algo fora de sua programação.

Experimente testar isso em ambientes como aeroportos, shoppings ou transporte público. Muitas pessoas parecem vazias, sem brilho nos olhos, como se apenas estivessem existindo dentro do sistema, sem uma percepção própria do que está ao redor.

 

O despertar é possível?

O grande questionamento sobre essa teoria é se NPCs podem despertar ou se sua programação é permanente. Alguns acreditam que é impossível um NPC desenvolver consciência própria, pois sua função no jogo da realidade é simplesmente manter o cenário funcionando. No entanto, há aqueles que defendem que um evento traumático ou um choque de realidade profundo pode ativar o processo de despertar em algumas dessas pessoas.

Se cada pessoa habita sua própria bolha de percepção, então é possível que existam NPCs que jamais romperão com sua programação e outros que, se expostos a novas realidades, podem começar a questionar o que antes parecia absoluto. Mas o que é certo é que aqueles que despertam para a natureza da realidade precisam aprender a identificar e interagir com esses personagens programados, pois eles estarão sempre por perto, testando, desafiando e tentando reforçar a ilusão.

Afinal, neste grande jogo, quem controla a narrativa define a realidade. Você está jogando ou apenas sendo jogado?

Se tudo é manifestação da energia primordial, então teoricamente, qualquer ser pode despertar, pois a consciência não é algo fixo, mas um fluxo em potencial. No entanto, a chave está no grau de receptividade de cada indivíduo.

Se um NPC está completamente identificado com sua programação, ele não verá necessidade de questionar a própria existência. O despertar, então, só acontece quando há uma fagulha que rompe a inércia da programação—seja por um evento impactante, um choque de realidade ou até mesmo pela exposição gradual a novas ideias.

A importância do filtro ao interagir com NPCs

Aqui entra o ponto essencial: não é qualquer informação que pode ser absorvida por quem ainda está dentro da programação. A resistência a ideias disruptivas pode ser tão forte que a pessoa simplesmente não consegue processar o que está sendo dito. Isso porque a programação age como um firewall mental, rejeitando qualquer coisa que ameace a estabilidade da ilusão.

Por isso, quem já despertou precisa usar sabedoria na forma como compartilha conhecimento. Alguns pontos a considerar:
1. Nem toda verdade pode ser dita diretamente – Informações muito avançadas podem ser rejeitadas de imediato. O ego do NPC pode ativar mecanismos de defesa e reforçar ainda mais a programação.
2. Timing é essencial – Algumas pessoas precisam passar por certas experiências antes de estarem prontas para novas percepções.
3. O silêncio pode ser a melhor ferramenta – Muitas vezes, o exemplo transforma mais do que palavras. Mostrar uma vida diferente pode despertar mais curiosidade do que tentar explicar a Matrix diretamente.
4. Doses homeopáticas de realidade – Em vez de forçar verdades, lançar pequenas provocações pode plantar sementes para que a própria pessoa comece a questionar sua realidade.

Acordar para a realidade é um processo gradual

Ao contrário do que muitos pensam, o despertar não é um evento único e instantâneo. Ele ocorre em camadas, e cada vez que uma ilusão cai, há um período de adaptação antes que a próxima barreira possa ser quebrada.

No fim, a questão não é se todos os NPCs podem despertar, mas sim se querem e estão prontos para isso. Quem está despertando precisa entender que nem todo mundo quer sair da programação—e está tudo bem. Cada ser segue seu próprio ritmo dentro dessa experiência chamada vida.

Wanderson Dutch

Wanderson Dutch

Wanderson Dutch é escritor, dancarino, produtor de conteúdo digital desde 2015, formado em Letras pela Faculdade Capixaba do Espírito Santo (Multivix 2011-2014) e pós-graduado pela Faculdade União Cultural do estado de São Paulo (2015-2016).
Vasta experiência internacional, já morou em Dublin(Irlanda), Portugal, é um espírito livre, já visitou mais de 15 países da Europa e atualmente mora em São Paulo.
É coautor no livro: Versões do Perdão, autor do livro O Diário de Ayron e também de Breves Reflexões para não Desistir da Vida.

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