Armar professores ou restringir acesso a armas?

Ah, sim! Armar os professores é uma ideia genial para conter a violência e futuros ataques em escolas. Por que não transformar nossos educadores em uma versão moderna do Rambo? Seria uma ótima forma de tornar o ambiente escolar mais seguro e acolhedor.

Afinal, nada melhor do que ter uma sala de aula repleta de crianças e adolescentes, e um professor empunhando uma arma carregada. Certamente, isso deixará todos mais tranquilos e concentrados, sem nenhum tipo de medo ou ansiedade. Sem falar que ter uma arma ao alcance de todos é a garantia de que qualquer desentendimento será resolvido de maneira rápida e eficiente.

Além disso, não há nada que um treinamento básico não possa resolver, não é mesmo? Afinal, é fácil aprender a manusear uma arma, dominar as técnicas de defesa e lidar com situações extremas. Quem sabe nossos professores não se transformam em super-heróis, capazes de salvar o dia e garantir a segurança de todos?

Claro que não! Armar os professores é uma ideia absurda e perigosa. Nenhum educador deve ser obrigado a portar uma arma para garantir sua segurança ou a dos alunos. A função do professor é educar, orientar e formar cidadãos conscientes e responsáveis, não agir como um policial armado.

Em linhas gerais, podemos dizer que a solução para a violência nas escolas passa por investir em políticas públicas que abordem as causas do problema, como o combate ao bullying, o incentivo à saúde mental e a restrição ao acesso às armas de fogo. Professor não é uma profissão pautada pela violência. Coloquem policiais armados e bem preparados em cada escola, mas tirem essa responsabilidade dos educadores, que por si só, já tem muitas preocupações e deveres.

Armar os professores é uma péssima ideia. Já temos a preocupação de atender aos padrões exigidos pelo Estado, que são, por exemplo, garantir que os alunos tenham um nível de leitura adequado.

Hoje os professores em muitas escolas atuam também como psicólogos, pais de seus alunos, cozinham quando estão com fome, em muitas situações são  médicos… O papel do professor não é simplesmente o de um professor. Eles continuam exigindo cada vez mais dos ro fissions is da educação e isso esgota.

O governo é rápido em montar um plano e dar os recursos necessários para ter essa formação de armar professores, mas não os recursos necessários para que os alunos tenham uma boa educação.

Armar professores é uma ideia absurda e perigosa que vem sendo propagada por grupos de extrema direita nos últimos anos. Essa proposta representa uma forma de transferir a responsabilidade do estado em garantir a segurança dos cidadãos para indivíduos que muitas vezes não possuem o treinamento adequado para lidar com situações de violência.

Ao defender a ideia de armar professores, a extrema direita ignora completamente o papel fundamental do estado em garantir a segurança pública. É dever do estado investir em políticas públicas amplas e democráticas que promovam a segurança e o bem-estar de toda a sociedade, incluindo o ambiente escolar. A presença de armas em sala de aula não é uma solução para a violência, pelo contrário, pode criar um ambiente hostil e antidemocrático que inibe a livre manifestação de ideias e opiniões.

A proposta de armar professores revela uma mentalidade autoritária e antidemocrática, que sugere que a solução para a violência é mais violência. Essa ideia não só é impraticável como também é perigosa, pois coloca em risco a vida de alunos e professores. Além disso, a presença de armas em mãos inexperientes pode aumentar o risco de acidentes graves, contribuindo ainda mais para a insegurança no ambiente escolar.

É importante ressaltar que a segurança pública é uma responsabilidade do estado e não deve ser transferida para indivíduos despreparados. A proposta de armar professores é uma forma de desviar a atenção da responsabilidade do estado em garantir a segurança dos cidadãos e da necessidade de investir em políticas públicas mais amplas e eficazes

Tá tudo errado no mundo!

Dizer aos professores que eles precisam ter armas para proteger os alunos e evitar ataques a tiros em massa é como dizer às vítimas de estupro que coloquem mais roupas para não serem estupradas.

Você não pode consertar um problema de arma com mais armas.

Wanderson Dutch

Wanderson Dutch

Wanderson Dutch é escritor, dancarino, produtor de conteúdo digital desde 2015, formado em Letras pela Faculdade Capixaba do Espírito Santo (Multivix 2011-2014) e pós-graduado pela Faculdade União Cultural do estado de São Paulo (2015-2016).
Vasta experiência internacional, já morou em Dublin(Irlanda), Portugal, é um espírito livre, já visitou mais de 15 países da Europa e atualmente mora em São Paulo.
É coautor no livro: Versões do Perdão, autor do livro O Diário de Ayron e também de Breves Reflexões para não Desistir da Vida.

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