Não precisamos do amor romântico em nossas vidas

Confesso que eu fui um idiota, fui pego pela paixão quando deixei aquele moleque branquinho que se dizia hétero desconstruído me enganar. Ele era um músico brilhante, mas também racista e enrustido. Eu me iludi achando que ele iria mudar, mas como eu sou um macaco velho, isso não durou nem um ano.

No começo, tudo parecia perfeito. Ele me elogiava, me tratava bem e eu me sentia especial. Eu acreditava que ele era diferente dos outros caras que eu tinha conhecido. Mas logo percebi que ele tinha muitos problemas com sua identidade. Ele se escondia atrás de uma máscara de hétero e tinha vergonha de ser quem ele realmente era.

No sigilo, ele se soltava e revelava um lado mais vulnerável e autêntico. Ele falava sobre sua infância difícil, sobre seus medos e inseguranças. Eu pensava que poderia ajudá-lo a se libertar e aceitar a si mesmo. Mas no público, ele voltava à sua persona falsa e preconceituosa.

Eu me enganei achando que poderia mudá-lo. Eu pensava que a música era a única coisa que importava para ele, e que sua arte era suficiente para superar suas fraquezas humanas. Mas a verdade é que ele era apenas mais um exemplo da ilusão do amor romântico.

Acreditamos que o amor pode mudar as pessoas e nos salvar da solidão e da tristeza. Mas a verdade é que o amor é apenas uma emoção passageira que pode nos cegar para as verdadeiras falhas e limitações das pessoas que amamos.

Eu aprendi a lição da maneira mais difícil. Agora sei que o amor verdadeiro é baseado em aceitação mútua, respeito e honestidade. Não podemos mudar os outros, mas podemos escolher quem queremos ter em nossas vidas e como queremos ser tratados.


Não precisamos do amor romântico em nossas vidas. É isso mesmo. Nas sociedades ocidentais, o amor costuma ser apresentado por meio do clichê de duas metades que se encontram para se sentirem completas. A história é reproduzida com frequência na literatura, cinema e televisão, mas pode ser bastante danosa quando enfatizada na realidade.

O amor romântico é uma ilusão perigosa que pode levar as pessoas a acreditar que precisam de um parceiro para serem felizes e completos. Isso pode criar uma dependência emocional do parceiro e levar a um relacionamento tóxico e prejudicial.

Além disso, o amor romântico muitas vezes é retratado como uma emoção intensa e avassaladora, o que pode fazer com que as pessoas se sintam inadequadas quando seus próprios relacionamentos não correspondem a essa expectativa. Isso pode levar a sentimentos de insegurança, baixa autoestima e até mesmo depressão.

A verdade é que o amor romântico é uma construção social que muitas vezes ignora a complexidade das relações humanas. As pessoas são seres humanos com falhas e imperfeições, e as relações amorosas são inevitavelmente difíceis e desafiadoras.

Em vez de buscar o amor romântico, devemos nos concentrar em construir relacionamentos saudáveis e significativos com as pessoas ao nosso redor. Devemos aprender a nos amar e nos aceitar como somos, e não depender de um parceiro para validar nossa existência.

Gostou? Compartilhe!

Wanderson Dutch

Wanderson Dutch

Wanderson Dutch é escritor, dancarino, produtor de conteúdo digital desde 2015, formado em Letras pela Faculdade Capixaba do Espírito Santo (Multivix 2011-2014) e pós-graduado pela Faculdade União Cultural do estado de São Paulo (2015-2016).
Vasta experiência internacional, já morou em Dublin(Irlanda), Portugal, é um espírito livre, já visitou mais de 15 países da Europa e atualmente mora em São Paulo.
É coautor no livro: Versões do Perdão, autor do livro O Diário de Ayron e também de Breves Reflexões para não Desistir da Vida.

apoia.se