Quem portanto não ama a solidão, também não ama a liberdade

Eu cresci de modo solitário, tive que aprender a lidar com minha solidão desde minha pré-adolescência. Por muito tempo, eu me senti injustiçado pela vida por não ter tido a oportunidade de ter pais em minha infância e por ter sido expulso de casa. Tive que lidar com o mundo muito cedo e isso não foi fácil. De fato, a vida é um grande desafio para todos nós. Alguns nascem com vantagens econômicas enquanto outros são subjugados pela escassez e exploração. A história da civilização moderna é uma história de luta de classes, como diria o velho Marx.

Ao longo da vida, tive que ser a minha própria força e enfrentar os desafios em cada nova fase de minha jornada nesta realidade. Mas foi somente quando descobri a meditação em 2013, ano em que cortei definitivamente o vínculo com o cristianismo, que encontrei uma parte de mim que era desconhecida. Meu grande eu mais profundo estava ali aguardando por esse encontro.

Não posso dizer que as coisas ficaram mais fáceis desde então, mas aprendi a administrar melhor os eventos desgostosos. Encontrei a liberdade quando reconheci que a solidão não é tão ruim como muitos temem. Pois é na ausência de pessoas que todos nós somos obrigados a compreender nossos vazios.

A solidão nos força a confrontar nossos medos, nossas dúvidas, nossas inseguranças e nossos traumas. E é nesse confronto que podemos encontrar respostas e soluções para os nossos problemas. A solidão é um espaço de reflexão e autoconhecimento, onde podemos nos conectar com a nossa essência mais profunda e descobrir o que realmente importa em nossas vidas.

Mas, para muitos, a solidão é uma fonte de sofrimento e angústia. Muitas vezes, somos levados a acreditar que precisamos estar cercados de pessoas o tempo todo para sermos felizes e realizados. Mas a verdade é que a felicidade e a realização vêm de dentro de nós mesmos. A solidão pode ser um caminho para descobrir isso.

Então, se você se sente sozinho e teme a solidão, lembre-se de que essa experiência pode ser uma oportunidade para encontrar a sua verdadeira liberdade. Aprenda a abraçar a solidão e a usá-la para se conectar consigo mesmo e com o mundo de uma forma mais profunda e autêntica. Pois, afinal, a solidão pode ser um caminho para a liberdade.

A vivência na sociedade capitalista pode se tornar um desafio para muitos, especialmente quando se trata da angústia em cumprir papéis impostos que não necessariamente correspondem a nossa essência. O barulho incessante dessa realidade pode facilmente obstruir nossas necessidades emocionais e espirituais, resultando em um estado de ansiedade persistente que prejudica a nossa saúde mental e emocional.

Nesse contexto, o silêncio é fundamental como uma pausa diante do tumulto da vida cotidiana. Somente quando estamos em um ambiente tranquilo, podemos nos concentrar e refletir sobre nossos verdadeiros desejos e necessidades. O silêncio nos permite encontrar um caminho mais autêntico em direção à realização pessoal.

No entanto, muitas vezes somos confrontados com a violência emocional que essa sociedade pode nos impor. A pressão para sermos produtivos, eficientes e bem-sucedidos pode nos deixar emocionalmente exaustos e vazios, sem encontrar um senso de significado ou propósito. Esse estado de angústia constante pode prejudicar seriamente a nossa saúde emocional.

Portanto, é crucial reconhecer a importância da saúde emocional para a nossa felicidade e bem-estar geral. Precisamos buscar apoio emocional, seja através de amigos e familiares, ou buscando ajuda profissional. Devemos aprender a lidar com o estresse e a ansiedade, encontrando formas saudáveis de gerenciá-los em nosso dia a dia.

Acima de tudo, devemos lembrar que cada um de nós é um ser único e valioso. Não precisamos cumprir as expectativas da sociedade capitalista para sermos felizes ou bem-sucedidos. Em vez disso, devemos buscar nossas próprias metas e objetivos, independentemente das expectativas impostas por nossa cultura.

Portanto, busquemos o silêncio em meio ao barulho, enfrentemos a violência emocional que essa sociedade pode nos infligir e priorizemos nossa saúde emocional. Somente assim podemos encontrar um caminho autêntico em direção à realização pessoal e ao bem-estar geral.

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Wanderson Dutch

Wanderson Dutch

Wanderson Dutch é escritor, dancarino, produtor de conteúdo digital desde 2015, formado em Letras pela Faculdade Capixaba do Espírito Santo (Multivix 2011-2014) e pós-graduado pela Faculdade União Cultural do estado de São Paulo (2015-2016).
Vasta experiência internacional, já morou em Dublin(Irlanda), Portugal, é um espírito livre, já visitou mais de 15 países da Europa e atualmente mora em São Paulo.
É coautor no livro: Versões do Perdão, autor do livro O Diário de Ayron e também de Breves Reflexões para não Desistir da Vida.

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