O mal está na civilização brasileira desde o seu sangrento nascimento. Desde o início de nossa história, a violência e a opressão foram marcas profundas de nossa cultura. Desde a colonização, os povos originários foram massacrados e escravizados, e a riqueza foi construída sobre o sangue e o suor daqueles que foram subjugados. Mas essa história sangrenta não é uma relíquia do passado. Ela está presente em nossas instituições, em nossa cultura e em nossas famílias mais ricas.
Como pode a mesma espécie que produz poesia e arte ser tão cruel e sanguinária? Talvez seja essa dualidade que nos torna tão inescrutáveis e misteriosos. Ou talvez seja simplesmente que o mal é uma parte inerente da condição humana, uma sombra que nos segue por toda parte.
Mas essa justificativa irônica não é suficiente para explicar a perversidade da civilização brasileira. Precisamos olhar para as raízes profundas dessa cultura de violência e opressão. Talvez seja o egoísmo e a crueldade inerentes ao capitalismo que nos empurram para a exploração e a opressão. Talvez seja a natureza hierárquica da sociedade que nos faz valorizar a dominação e a submissão. Ou talvez seja simplesmente que a cultura do mal é tão enraizada que nem percebemos sua presença constante.
Para entender essa cultura de malícia e perversidade, podemos recorrer às teorias de Freud e Schopenhauer. Para Freud, a violência e a agressão são uma parte inerente da natureza humana, uma resposta ao nosso impulso de dominação e poder. Schopenhauer, por sua vez, via a vontade de poder como a base de toda ação humana, o que nos leva a buscar a dominação sobre os outros.
Mas essa explicação teórica não deve nos fazer resignar-se com a perversidade do Brasil. Devemos continuar lutando para construir uma sociedade mais justa e equitativa. Devemos denunciar a violência e a opressão onde quer que a vejamos, e trabalhar para criar instituições mais justas e transparentes. Devemos lutar contra o capitalismo cruel que perpetua a desigualdade e a opressão.
Nesse sentido, é importante lembrar que o Brasil ainda enfrenta muitos desafios. Os índices de violência continuam alarmantes, e a extrema direita ganha cada vez mais espaço no cenário político. O impeachment da Dilma foi um golpe contra a democracia, tal como a prisão de Lula. A corrupção ainda é um problema grave em nossa sociedade. Não está somente nos políticos, mas na forma como os brasileiros se relacionam, sempre querendo ter vantagem sobre o outro. Não existe aqui a cultura da cooperação.
Diante de tudo isso, devemos nos perguntar: até quando seremos uma sociedade marcada pelo mal e pela perversidade? Quando finalmente conseguiremos construir uma sociedade mais justa e humana?
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