Simon Petrus: o inventor namibiano que quebrou as correntes das operadoras.

Simon Petrus, jovem de 29 anos da Namíbia, reacendeu o brilho ancestral africano ao criar o que pode ser chamado de o primeiro “telefone sem chip”. Ele construiu um aparelho que permite fazer chamadas sem chip, sem sinal de operadora, sem planos, usando apenas frequências de rádio .

Com peças reaproveitadas de TVs antigas, rádios e celulares, Simon montou um dispositivo funcional ainda durante o ensino médio. O aparelho é, essencialmente, um rádio bidirecional adaptado, capaz de conectar duas unidades similares em áreas sem cobertura convencional . Em feiras de ciência da Namíbia, o projeto chamou atenção — não apenas pela inovação, mas por denunciar algo urgente: o acesso à comunicação é um direito fundamental, e pode nascer da criatividade quando as grandes corporações falham.

Simon é a prova viva de que inteligência, curiosidade e necessidade podem gerar revolução. Neem o símbolo dessa revolução: o chip se torna opcional quando se tem conhecimento e propósito.

⚡ Nikola Tesla: o mestre das frequências que concebeu o impossível

Voltando ao século XIX, Nikola Tesla explorava os mistérios das altas frequências elétricas. Inventor da bobina de Tesla (1891), ele mostrou ao mundo como gerar energia elétrica de alta voltagem e alta frequência por meio de ondas ressonantes  . Além de trabalhar com eletricidade sem fio para iluminação, Tesla fez demonstrações clássicas de controle remoto através de rádio em 1898 — um barco movido por ondas, concebido como primeiro “robô” controlado remotamente  .

Sua contribuição mais ousada foi a idealização da Wardenclyffe Tower, um projeto de telecomunicação e transmissão de energia sem fios em escala global  . Tesla acreditava que era possível usar a Terra como condutor, enviando sinais e energia para qualquer parte do mundo. Embora o projeto tenha sofrido com falta de investimento, suas patentes e ideias lançaram as bases da era das comunicações sem fio.

Embora frequentemente esquecido pela história, Tesla foi pioneiro na sintonia de frequência, sintonizando transmissores e receptores para operar na mesma “nota”, construindo assim o primeiro sistema experimental de radiofrequência  . Em 1943, uma decisão da Suprema Corte dos EUA reconheceu sua prioridade em várias patentes de rádio, corrigindo injustiças históricas  .

🧬 Conexão: Simon Petrus e Nikola Tesla

Embora separados por tempo, espaço e escala econômica, Simon e Tesla compartilham um princípio: usar a frequência como canal de liberdade. Tesla, com equipamentos caros e laboratórios em Nova York; Simon, com sucata e vontade de democratizar a comunicação. Ambos entenderam que uma tecnologia verdadeiramente transformadora:

  1. Desafiar os monopólios – Tesla desviou da eletricidade convencional, sonhando com energia global sem fios. Simon ignorou operadoras, tornando o chip opcional.
  2. Explorar a ressonância – Tesla sintonizou transmissores e receptores que vibravam na mesma frequência. Simon provavelmente reproduz circuito similar, criando um canal fechado e resiliente.
  3. Fazer com o que se tem – Tesla criou inovações com coils, condensadores, energia repetida. Simon, com peças de segunda mão, criou um aparelho que funciona.

É uma ponte de milênios entre dois gênios: um africano que inventa liberdade onde não há esperança, e um europeu que via na Terra e no átomo a possibilidade de um novo mundo. Ambos nos lembram que a frequência é a linguagem secreta do universo, e cabe ao espírito humano descobrir o seu potencial.

🌐 Revoluções africanas: dos navegadores aos inventores contemporâneos

A história de Simon é parte de uma narrativa mais ampla: a África nunca foi um deserto de coerência científica. Civilizações medievais dominaram astronomia, engenharia, botânica e comércio global — think reinos do Mali, do Zimbabwe, das frotas que trafegavam pelo Oceano Índico. Esse saber ancestral ecoa agora nas mãos de Simon e de muitos outros jovens que transformam sucata em soluções.

O continente viu surgir gigantes da tecnologia: aplicativos anti-coloniais no Quênia, agricultura de precisão na Nigéria, fintechs no Egito. Simon não está isolado — ele faz parte de uma revolução africana hi-tech, onde tradição e modernidade se encontram na frequência.

Estudantes africanos já criam rádio ECG portátil, drones com impressão 3D, sensores para monitoramento do agronegócio e telecomunicações comunitárias. Todos ressoam um sinal: inovação não requer Silicon Valley, requer alma, curiosidade e coragem para desmontar e montar o mundo de novo.

Wanderson Dutch

Wanderson Dutch

Wanderson Dutch é escritor, dancarino, produtor de conteúdo digital desde 2015, formado em Letras pela Faculdade Capixaba do Espírito Santo (Multivix 2011-2014) e pós-graduado pela Faculdade União Cultural do estado de São Paulo (2015-2016).
Vasta experiência internacional, já morou em Dublin(Irlanda), Portugal, é um espírito livre, já visitou mais de 15 países da Europa e atualmente mora em São Paulo.
É coautor no livro: Versões do Perdão, autor do livro O Diário de Ayron e também de Breves Reflexões para não Desistir da Vida.

apoia.se