O povo preto não herdou somente os traumas e as dores da escravidão. Herdaram também a genialidade, beleza, criatividade, força, poder, influência e muito mais. E é por isso que eu venho compartilhando tantas histórias incríveis para vocês. Porque é preciso reconhecer o poder e a revolução silenciosa que já está acontecendo nas mais diversas áreas.
Cada invenção, cada descoberta e cada passo dado por mentes brilhantes pretas carrega a herança ancestral de um povo que construiu civilizações, desenvolveu conhecimentos avançados em matemática, medicina, arquitetura e filosofia muito antes de serem apagados pelos colonizadores. Hadiyah-Nicole Green, com sua inovação revolucionária no tratamento contra o câncer, é mais um reflexo dessa força ancestral. Assim como ela, inúmeros gênios negros — de Imhotep, o primeiro médico da história, a Katherine Johnson, cuja genialidade em cálculos tornou possível a ida do homem à Lua — mostram que a contribuição preta para o mundo é inegável e inestimável.
A genialidade preta/africana é inata, pulsante e indomável. Resistiu ao açoite, às correntes e ao apagamento histórico. Ela vive nos tambores que ecoam nossa história, no ritmo que domina a música global, no estilo que dita a moda, na ciência que salva vidas e nas palavras que inflamam revoluções. O que vemos hoje são frutos de raízes profundas, que nenhuma opressão conseguiu arrancar.
É urgente que celebremos e honremos essas contribuições, pois cada mente preta brilhante que ascende carrega consigo milhões de outras que vieram antes e inspira milhões que virão depois. A revolução preta já começou — silenciosa para alguns, mas ensurdecedora para quem reconhece o poder de ser preto. É sobre isso!
Hadiyah-Nicole Green é uma física médica americana reconhecida por seu trabalho pioneiro no desenvolvimento de um tratamento inovador contra o câncer, utilizando nanopartículas ativadas por laser. Sua pesquisa oferece uma alternativa promissora às terapias tradicionais, como quimioterapia e radioterapia, visando atacar exclusivamente as células cancerígenas sem danificar tecidos saudáveis.
Formada pela Universidade de Alabama A&M em física e pela Universidade do Alabama em Birmingham, onde obteve seu doutorado em física, Hadiyah-Nicole Green destacou-se como uma das poucas mulheres negras a alcançar esse nível acadêmico em sua área. Entre 1973 e 2012, apenas 66 mulheres negras conquistaram doutorados em física nos Estados Unidos, e Green tornou-se a segunda mulher negra e a quarta pessoa negra a obter esse título pela Universidade do Alabama.
Sua motivação para dedicar-se à pesquisa oncológica veio após perder entes queridos para o câncer e testemunhar o sofrimento causado pelos tratamentos convencionais. Determinada a fazer a diferença, Hadiyah-Nicole Green fundou a Oralee Smith Cancer Research Foundation, uma organização sem fins lucrativos dedicada a financiar pesquisas para tratamentos mais eficazes e menos dolorosos contra o câncer.
Além de sua contribuição científica, Green é uma defensora da diversidade e inclusão na ciência, inspirando jovens negros a seguirem carreiras nas áreas de ciência, tecnologia, engenharia e matemática (STEM). Seu legado transcende os laboratórios, marcando-a como uma figura essencial na luta contra o câncer e no fortalecimento da representatividade negra na ciência.