9 animações psicodélicas para você assistir e pensar fora da caixinha

O termo “psicodélico” evoca imagens de cores vibrantes, padrões intrincados e experiências sensoriais intensificadas. Mas sua definição vai muito além do simples apelo visual. O psicodélico, em seu cerne, é um convite à expansão da consciência e ao desafio das convenções. É um mergulho nas profundezas da mente e uma exploração das fronteiras da percepção humana.

Originado do grego “psyche” (mente) e “deloun” (revelar), o psicodélico busca desvendar os mistérios da psique humana, desencadeando estados de consciência alterados. Nesse contexto, a arte e o cinema psicodélico se tornam veículos essenciais para essa exploração. Animações psicodélicas, em particular, oferecem uma plataforma única para esse propósito.

Ao contrário das narrativas tradicionais, as produções psicodélicas transcendem as limitações da realidade cotidiana, mergulhando em universos surreais e muitas vezes abstratos. Cores exuberantes e formas fluidas se entrelaçam, desafiando a lógica convencional e convidando os espectadores a questionar o que é possível dentro do reino da imaginação.

O fascínio do psicodélico reside na sua capacidade de abrir portas para a criatividade e a introspecção. Ele desafia a mente a abandonar as amarras do convencionalismo, incentivando a exploração de perspectivas inexploradas e a consideração de possibilidades além dos limites da razão.

Além disso, as produções psicodélicas oferecem uma experiência sensorial única. A combinação de trilhas sonoras envolventes com visuais deslumbrantes cria uma sinestesia que transcende a tela e mergulha o espectador em um oceano de estímulos sensoriais.

Em última análise, o psicodélico desafia a noção de realidade e abre portas para a expansão da mente. Ao proporcionar uma experiência visual e emocionalmente rica, as animações psicodélicas se tornam uma ferramenta poderosa para provocar reflexões profundas e estimular a criatividade.

Portanto, ao embarcar nesta jornada pelas animações psicodélicas, prepare-se para uma viagem que transcende o ordinário e o familiar. Este é um convite para desbravar territórios inexplorados da mente humana e pensar além dos limites da caixa. É uma celebração da imaginação e uma ode à liberdade criativa. Adentre este mundo e permita-se ser levado por uma corrente de experiências que desafiam e inspiram, deixando uma marca indelével em sua percepção da realidade.

O Ladrão e o Sapateiro” (1960):

Esta animação dirigida por Richard Williams é uma verdadeira joia da animação clássica. A história segue um sapateiro que, com a ajuda de um ladrão travesso, cria sapatos mágicos para a princesa. Com visuais psicodélicos e uma narrativa encantadora, esta obra é uma celebração do poder da imaginação e da criatividade.

“Heavy Metal – Universo em Fantasia” (1982):

Esta antologia de histórias interligadas, baseada na revista em quadrinhos “Heavy Metal”, é uma explosão de elementos psicodélicos, ficção científica e fantasia. Cada segmento oferece uma experiência única, repleta de música rock, visuais impressionantes e histórias extravagantes.

“Pink Floyd – The Wall” (1982):

Esta animação musical acompanha o icônico álbum “The Wall” da banda Pink Floyd. A história segue um músico chamado Pink enquanto ele mergulha em uma espiral de alienação e autodestruição. A animação incorpora imagens surreais e visuais psicodélicos para contar essa narrativa complexa.

“Planeta Fantástico” (1973):


Também conhecido como “La Planète Sauvage”, este filme de animação francês é uma obra-prima surrealista. Situado em um planeta estranho habitado por seres gigantes, a história segue a jornada de um humano chamado Terr e suas interações com os habitantes bizarros. Com um estilo visual distinto e uma narrativa provocadora, é uma experiência única.

“The Midnight Gospel” (2020):

Uma série de animação adulta criada por Duncan Trussell e Pendleton Ward. A série segue Clancy, um podcaster viajante do espaço-tempo, enquanto ele entrevista habitantes de mundos paralelos. Cada episódio é uma exploração profunda de temas filosóficos, espirituais e existenciais, combinando visuais psicodélicos com conversas profundas.

Essas animações são verdadeiras pérolas para quem busca pensar fora da caixa, pois desafiam convenções narrativas, apresentam visuais cativantes e exploram temas complexos. Elas convidam os espectadores a mergulhar em mundos extraordinários e a contemplar questões profundas sobre a vida, a mente humana e a realidade. Cada uma delas é uma experiência única e enriquecedora que expande os horizontes da animação e da imaginação.

Adventure Time” (2010 – 2018):

Embora seja uma série animada destinada a um público mais jovem, “Adventure Time” oferece uma narrativa repleta de elementos psicodélicos e conceitos surreais. A história segue Finn, um garoto aventureiro, e seu melhor amigo, Jake, um cachorro com poderes mágicos. Juntos, eles exploram um mundo pós-apocalíptico cheio de personagens estranhos e situações absurdas.

“Tuca & Bertie” (2019):

Esta série de animação adulta é uma criação da ilustradora e cartunista Lisa Hanawalt, conhecida por seu trabalho em “BoJack Horseman”. “Tuca & Bertie” segue as aventuras de duas amigas, Tuca, uma tucana extravagante, e Bertie, um pássaro canoro ansioso, enquanto enfrentam as complexidades da vida adulta. A série oferece uma visão surreal e humorística da vida moderna.

“The Great North” (2021 – presente):

Uma série de animação adulta que segue a vida de uma família no Alasca. Com uma estética visual única e humor inteligente, a série aborda temas como a natureza, o isolamento e a conexão humana de maneira psicodélica e cativante.

A próxima dica não é necessariamente psicodelica, mas uma animação impactante:

O Túmulo dos Vagalumes

O Túmulo dos Vagalumes” (no original “Hotaru no Haka”) é uma obra-prima da animação japonesa, lançada em 1988 e dirigida por Isao Takahata, um dos co-fundadores do renomado Studio Ghibli. Este filme é uma adaptação do romance semi-autobiográfico homônimo de Akiyuki Nosaka e é frequentemente citado como um dos filmes mais emocionalmente impactantes já feitos.

A história se passa durante a Segunda Guerra Mundial, em Kobe, Japão. Ela segue a jornada de dois irmãos, Seita, um adolescente, e Setsuko, sua irmã mais nova, enquanto lutam para sobreviver em meio aos horrores da guerra. Após perderem a mãe em um ataque aéreo e serem separados do pai, os dois são forçados a procurar abrigo e comida por conta própria. Eles acabam se refugiando em uma caverna e dependem de sua união e criatividade para sobreviver.

O que torna “O Túmulo dos Vagalumes” tão especial é a maneira como ele aborda os horrores da guerra do ponto de vista das crianças, sem polir ou amenizar a brutalidade da realidade. A animação é repleta de cenas emotivas e poderosas que retratam a luta dos irmãos para encontrar comida, abrigo e esperança em um mundo devastado pelo conflito.

Além disso, o filme é notável por sua abordagem visual. A atenção meticulosa aos detalhes, a atmosfera de tristeza e a beleza do cenário criam um contraste impressionante com a dura realidade enfrentada pelos personagens. É um exemplo de como a animação pode ser usada para contar histórias profundamente emocionais e envolventes.

“O Túmulo dos Vagalumes” é uma experiência cinematográfica que evoca uma ampla gama de emoções, desde tristeza e desespero até amor e compaixão. É um lembrete poderoso das consequências devastadoras da guerra sobre os mais vulneráveis e um apelo à empatia e à reflexão sobre a natureza humana. Este filme é amplamente considerado uma das obras mais tocantes e significativas da animação japonesa e do cinema em geral.

Wanderson Dutch

Wanderson Dutch

Wanderson Dutch é escritor, dancarino, produtor de conteúdo digital desde 2015, formado em Letras pela Faculdade Capixaba do Espírito Santo (Multivix 2011-2014) e pós-graduado pela Faculdade União Cultural do estado de São Paulo (2015-2016).
Vasta experiência internacional, já morou em Dublin(Irlanda), Portugal, é um espírito livre, já visitou mais de 15 países da Europa e atualmente mora em São Paulo.
É coautor no livro: Versões do Perdão, autor do livro O Diário de Ayron e também de Breves Reflexões para não Desistir da Vida.

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