7 filmes que deveriam ser obrigatórios em sala de aula

Podemos dizer que educação vai além dos livros didáticos e da sala de aula convencional. Ela é a porta de entrada para o entendimento do mundo, uma janela que nos permite vislumbrar diferentes perspectivas, culturas e contextos. No universo do cinema, encontramos uma poderosa ferramenta para expandir horizontes, estimular o pensamento crítico e promover discussões significativas. Neste sentido, selecionar filmes para serem assistidos em sala de aula pode ser uma estratégia brilhante para enriquecer a experiência de aprendizado dos estudantes.

É inegável que o cinema é uma arte capaz de emocionar, informar e inspirar. É uma linguagem universal que transcende barreiras e nos leva a locais e épocas que talvez nunca teríamos a oportunidade de explorar de outra forma. É por isso que, neste guia, apresentamos sete filmes que deveriam ser obrigatórios para assistir em sala de aula. Cada um desses filmes oferece uma perspectiva única, abordando temas que vão desde a história e a política até questões sociais e culturais. Eles são uma adição valiosa ao currículo, proporcionando aos estudantes uma visão mais rica e diversificada do mundo.

1. **A Lista de Schindler (1993)**

A lista de Schindler

A Lista de Schindler” (Schindler’s List) é um filme de 1993 dirigido por Steven Spielberg e baseado na história real de Oskar Schindler, um empresário alemão que, durante o Holocausto, salvou a vida de mais de 1.200 judeus poloneses.

O filme é uma representação impactante dos horrores do Holocausto e dos atos de genocídio perpetrados pelos nazistas. O protagonista, Oskar Schindler, inicialmente um oportunista que busca enriquecimento pessoal, gradualmente se transforma em um herói que utiliza sua fábrica como um refúgio seguro para judeus.

“A Lista de Schindler” aborda temas profundos, como o poder da empatia, a compaixão em tempos de crueldade e o impacto individual na história. É uma celebração da capacidade humana de fazer a diferença e um lembrete da necessidade de se opor ao ódio e à intolerância.

O filme é conhecido por sua cinematografia em preto e branco, que amplia a sensação de urgência e desespero, e pelas atuações notáveis, especialmente a de Liam Neeson, que interpreta Schindler. “A Lista de Schindler” é uma obra-prima do cinema que não apenas retrata uma história sombria, mas também oferece uma mensagem de esperança e humanidade em meio à adversidade.

2.  O Jogo da Imitação (2014) –

“O Jogo da Imitação” (The Imitation Game) é um filme de 2014 dirigido por Morten Tyldum e baseado na vida de Alan Turing, um matemático e criptoanalista britânico que desempenhou um papel crucial na quebra do código Enigma usado pelos nazistas durante a Segunda Guerra Mundial.

O filme narra a vida de Turing, destacando sua genialidade, bem como os desafios pessoais que enfrentou devido à sua orientação sexual. A narrativa intercala o passado, com os esforços de Turing para decifrar o código Enigma, e o presente, quando ele enfrenta a perseguição devido à sua homossexualidade.

“O Jogo da Imitação” aborda temas como a importância da matemática na resolução de problemas, o trabalho de equipe e a necessidade de aceitar diferenças. O filme oferece uma visão fascinante de um dos momentos cruciais da história da Segunda Guerra Mundial, quando as ações de Turing e sua equipe contribuíram para a vitória dos Aliados.

A atuação de Benedict Cumberbatch como Alan Turing é notável, e o filme captura a luta de Turing contra a discriminação e a pressão social de sua época. Além disso, a obra destaca a importância de reconhecer e valorizar os contributos de indivíduos excepcionais que muitas vezes são marginalizados devido a sua diferença. “O Jogo da Imitação” é uma representação tocante da vida de Alan Turing e de sua influência duradoura na história da computação e da criptografia.

3 . Capitão Fantástico (2016) –

“Capitão Fantástico” (Captain Fantastic) é um filme de 2016 dirigido por Matt Ross, que segue a história de Ben Cash (interpretado por Viggo Mortensen) e sua família, que vivem em um estilo de vida alternativo no meio da floresta. Ben é um pai dedicado que educa seus seis filhos com uma abordagem rigorosa, baseada na autossuficiência e na filosofia de vida.

O filme aborda temas como a educação não convencional, a busca por valores alternativos e a desconexão da sociedade moderna. Quando a família é forçada a sair de seu isolamento e enfrentar o mundo exterior após um evento trágico, são desafiados a conciliar suas crenças com as realidades da sociedade convencional.

“Capitão Fantástico” é notável por sua representação da busca da autenticidade, do conflito entre ideais e realidade, e das complexidades de criar filhos em um mundo complexo e interconectado. A atuação de Viggo Mortensen é elogiada por sua profundidade e humanidade, enquanto o filme questiona o que significa ser um “bom pai” e desafia noções tradicionais de sucesso e felicidade.

Ao longo do filme, há uma exploração emocional das escolhas e sacrifícios que as pessoas fazem em nome de suas convicções e da

4. **Planeta Fantástico)** –

O filme “Planeta Fantástico” (La Planète sauvage), um filme de animação franco-tcheco de 1973 dirigido por René Laloux. O filme é uma obra de ficção científica única que se destaca por sua estética e narrativa inovadoras.

“Planeta Fantástico” se passa em um mundo alienígena chamado Ygam, onde seres humanos são mantidos como animais de estimação por uma raça de gigantes alienígenas chamada Draags. O filme segue a história de um humano chamado Terr, que escapa da opressão dos Draags e lidera um movimento de resistência.

A animação é notável por seu estilo surrealista e psicodélico, com paisagens alienígenas e seres estranhos. O filme aborda temas como a opressão, a luta pela liberdade e a coexistência entre espécies.

“Planeta Fantástico” é uma experiência visual única que desafia convenções e oferece uma visão única da ficção científica. É uma obra de culto que continua a cativar espectadores com sua estética distinta e mensagem provocante sobre a natureza da opressão e da liberdade.

5. **Cidade de Deus (2002)**

Um mergulho nas complexidades da vida nas favelas do Rio de Janeiro. Este filme é uma janela para entender as realidades da violência e da criminalidade em áreas urbanas.

6. Parasita (2019) –

“Parasita” é um filme sul-coreano de 2019 dirigido por Bong Joon-ho, que provocou ondas de choque na indústria cinematográfica e na consciência social global. É uma obra-prima que aborda as complexidades da desigualdade social, a luta de classes e a busca por dignidade em um mundo onde os recursos são distribuídos de maneira desigual.

A narrativa segue a história da família Kim, que vive em condições precárias e desesperadas em um porão sujo de Seul. Quando eles têm a oportunidade de se infiltrar na vida de uma família rica, os Park, a trama se desenrola em uma exploração inteligente das disparidades econômicas.

O filme utiliza a metáfora do parasitismo para ilustrar como os estratos sociais se alimentam uns dos outros, com os ricos ignorantes sobre as lutas e artimanhas dos pobres, enquanto os pobres são explorados e oprimidos. “Parasita” questiona quem são os verdadeiros parasitas em uma sociedade desigual.

O diretor Bong Joon-ho utiliza simbolismo e reviravoltas de enredo para criar um comentário social poderoso. O filme desafia o espectador a refletir sobre como as estruturas sociais perpetuam a desigualdade e como a luta pela sobrevivência pode levar a atos extremos.

“Parasita” é um lembrete contundente de que a desigualdade não é apenas uma questão de dinheiro, mas uma força que molda as vidas e perspectivas das pessoas. É um apelo para questionar e abordar a disparidade econômica e social em nosso mundo e um lembrete de que, para que a humanidade prospere, devemos reconhecer e enfrentar as divisões que perpetuam a desigualdade. É um filme que transcende o entretenimento, tornando-se um chamado à ação, uma provocação para a justiça social e uma crítica à exploração dos vulneráveis por parte dos poderosos.

 7. O Abutre (2014)

Um thriller que examina a ética do jornalismo sensacionalista e a exploração da tragédia. É uma escolha interessante para discutir a responsabilidade da mídia.

O filme lança uma crítica incisiva à ética e aos limites do jornalismo sensacionalista, revelando como a busca implacável por audiência e notícias chocantes pode levar a decisões moralmente questionáveis. A história acompanha Louis Bloom enquanto ele mergulha cada vez mais fundo nesse mundo, retratando sua obsessão pelo sucesso a qualquer custo.

“O Abutre” também serve como um comentário social perspicaz sobre a exploração do sofrimento alheio em busca de notícias sensacionalistas e o público que consome esse tipo de conteúdo. O filme cria uma atmosfera de tensão crescente, mantendo o espectador envolvido e refletindo sobre as implicações da mídia sensacionalista na sociedade moderna.

Além disso, o cenário noturno e sombrio de Los Angeles contribui para a atmosfera do filme, retratando a cidade sob uma perspectiva única. A transformação de Louis Bloom ao longo da história, de um ladrão de sucata a um jornalista sensacionalista, é um ponto de destaque, proporcionando uma narrativa intrigante.

“O Abutre” desafia o espectador a refletir sobre questões profundas relacionadas aos limites da ética, a responsabilidade da mídia e o desejo implacável de sucesso na sociedade contemporânea. É um filme que deixa uma impressão duradoura e que vale a pena ser discutido e analisado em sala de aula.

Estes filmes não são apenas entretenimento; eles são veículos de aprendizado e reflexão que podem enriquecer a experiência de educação de qualquer pessoa. Incentivar os estudantes a assistir a essas produções é abrir portas para um mundo de conhecimento e empatia, estimulando a curiosidade e a compreensão das complexidades que moldam nossa sociedade. Portanto, vamos transformar nossas salas de aula em verdadeiros cinemas de aprendizado, onde a educação é uma jornada emocionante e transformadora.

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Wanderson Dutch

Wanderson Dutch

Wanderson Dutch é escritor, dancarino, produtor de conteúdo digital desde 2015, formado em Letras pela Faculdade Capixaba do Espírito Santo (Multivix 2011-2014) e pós-graduado pela Faculdade União Cultural do estado de São Paulo (2015-2016).
Vasta experiência internacional, já morou em Dublin(Irlanda), Portugal, é um espírito livre, já visitou mais de 15 países da Europa e atualmente mora em São Paulo.
É coautor no livro: Versões do Perdão, autor do livro O Diário de Ayron e também de Breves Reflexões para não Desistir da Vida.

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